Câmeras de smartphones e a documentação de imagens clínicas

Uso muito meu galaxy para documentar imagens na proctologia e com a evolução dos modelos não notei uma melhora nesse sentido.
Usava o Galaxy S3, e com ele eu obtinha imagens de qualidade excelente no modo automático, como essa abaixo, onde a lagarta media aproximadamente 1 cm. Reparem na qualidade de ampliação da imagem e nos detalhes.
lagarta de 1 cm
lagarta de 1 cm 
detalhe da foto tirada com samsung galaxy S3 de lagarta de 1 cm
Meu Galaxy S3 queimou a placa e troquei pelo S4, que também me fornecia boas fotos no modo automático.


Quando fui trocar meu smartphone, optei pelo Samsung Galaxy Zook K, que é o Galaxy S5, sem a característica de ser à prova d'água, mas com o mesmo hardware, com o adicional de uma lente de câmera fotográfica. 


Possui uma série de especificações e modo do fotografia, inclusive de Macro. E para a minha decepção, o modo macro não obtém o grau de detalhamento da imagem que eu desejo e preciso. E no modo automático, o tamanho da lente não me permite aproximar da lesão o quanto eu gostaria. Para fotos a distância é um excelente smartphone com imagens maravilhosas de pessoas e paisagens. Mas documentação clínica de imagens médicas, não recomendo. Não sei quanto ao Galaxy S5, pois não experimentei a câmera dele.
Imagem feita com modo Macro. Observem que mesmo marcando que quero o foco no centro da imagem, ele se dá nas bordas da foto.

Feita no modo automático. Melhora discreta no foco.

Uso o Evernote para guardar imagens dos meus pacientes, mas ainda não é o que eu recomendaria. Vou procurar alguns aplicativos que possam ser usados com essa finalidade e faço um outro post sobre esse assunto.


14 de jan. de 2015

CFM, conhecimento colaborativo em Medicina e as mídias sociais

No CBIS 2014 (Congresso Brasileiro de Informática em Saúde), assisti a um Talk Show "A Expectativa dos Conselhos em Relação ao eSaúde", do qual compareceu somente um representante do CFM, o Dr. Gerson Zafalon Martins, conselheiro no CRM- PR, onde seriam discutidos aspectos da e-Saúde como uso de redes sociais, prescrição eletrônica, telessaúde, etc... Os conselhos de Farmácia, Ododtologia e Enfermagem não mandaram representantes.

Houve momentos louváveis e outros, no mínimo, contrangedores, e ainda outros de desalinhamento do CFM em relação ás novas tecnologias. Nessa apresentação, o conselheiro Dr. Gérson criticou algumas posturas médicas em redes sociais, como por exemplo, o vídeo de uma cirurgia do HU de Londrina que caiu na rede (um absurdo tanto a quantidade de expectadores na sala de cirurgia, quanto a divulgação do vídeo) e uma postagem do Instagram de um jovem médico afirmando que não fez pneumotórax durante uma punção de acesso  venoso central. 
Slide da apresentação "A Expectativa dos Conselhos em Relação ao eSaúde"
Achei louvável, já que alguns profissionais não tem noção de ética quando postam como médicos em redes sociais. Falta a iniciativa, como da Ordem Médica da Espanha, de fazer um manual ético para o uso de redes sociais Manual de Ética em Redes Sociais para Médicos e Estudantes de MedicinaAinda louvável foi a iniciativa de reavaliar a posição do conselho em relação a telemedicina em situais especiais. A perícia médica já pode ser realizada por meio eletrônico, e a teleradiologia nem sempre exigirá a presença de um médico para receber o resultado na outra ponta do radiologista.

Slide da apresentação "A Expectativa dos Conselhos em Relação ao eSaúde"
Embaraçosa foi o desconhecimento do que é prescrição eletrônica, e como é usada. O conselheiro não entendia o objetivo da prescrição eletrônica, que é assinada digitalmente e enviada por meio eletrônico á farmácia. O Dr. Claudio Giulliano Alves da Costa foi muito elegante e contornou bem a situação.

E finalmente, momentos onde o desalinhamento do CFM com o uso de novas tecnologias para compartilhamento de conhecimento médico se torna evidente é quando o conselheiro pergunta por que alguém quereria discutir casos online. 

Pois informo ao CFM que essa prática se tornou comum na classe médica, onde o paciente não se importa com a privacidade de seus dados, consentindo que tiremos fotos e gravemos vídeos, enviando a outros colegas pelos whatsapp  (já há grupos de discussão de casos pelo whatsapp) ou postando em grupos SÉRIOS,  de discussão de casos no facebook. Esses grupos são coordenados por professores universitários, preceptores de residência e médicos de renome que tem como característica comum a GENEROSIDADE com o compartilhamento de conhecimento médico.

E aí, CFM? Não está na hora de formar grupos para normalizar o uso de redes sociais na Medicina??


Leandra Carneiro é médica inscrita no CRMMG e usuária assídua do Facebook, Twitter, Linkedin, Instagram para a divulgação de conhecimento médico e tecnológico. CFM, conhecimento colaborativo em Medicina e as mídias sociais é um post original do TI Medicina.

12 de jan. de 2015

Sorteio do app Dr. Diagnóstico para iOS

A PebMed disponibilizou vários apps do Dr. Diagnóstico para sortearmos no blog. Mas atenção, apesar do app estar disponível tanto para iOS quanto para Android, só serão sorteados apps para iPad e iPhone, já que a política do Google não permite a concessão de promocodes no Brasil (vai saber por quê...)

Para participar:

  • Pelo Facebook:

Acesse o facebook e clique em quero participar:https://www.sorteiefb.com.br/269962917594/418882 


  • Pelo Twitter:
1- Siga o TI Medicina no twitter: https://twitter.com/timedicina e a @Pebmed https://twitter.com/pebmed
2- Dê RT na seguinte frase: " RT @timedicina: eu quero ganhar o app Dr. Diagnóstico da @Pebmed http://goo.gl/UOgKT6 "

O sorteio será no dia 20/01/2014! Participem, serão vários promocodes!

Aplicativos médicos: Dr. Diagnóstico- diagnósticos diferenciais


A PebMed está com mais um lançamento de app médico, dessa vez focado no auxílio ao diagnóstico diferencial. 

O Dr. Diagnóstico (iOS e Android) apresenta 2 abas: uma de sintomas ou condições clínicas comuns e outra de critérios para diagnóstico de várias patologias.

tela de diagnóstico diferencial
Na aba de diagnóstico diferencial, são apresentados os diagnósticos diferencias mais comuns, os incomuns e os raros.
Tela de critérios diagnósticos com calculadoras e score

Na aba de critérios, são apresentados os critérios clínicos, diagnóstico e principais diagnósticos diferencias, além de calculadoras de score.

Conteúdo do app:
  • Listas de diagnósticos diferenciais nas mais diversas especialidades, com busca a partir do sintoma ou síndrome clínica:
- Clínica Médica;
- Cirurgia Geral;
- Ginecologia e Obstetrícia;
- Pediatria
- Neurologia;
- Reumatologia;
- Cardiologia;
- Nefrologia;
- Dermatologia;
- Hematologia;
- Oftalmologia;
- Gastrenterologia;
- Endocrinologia;
- Infectologia;
- Urologia;
- Otorrinolaringologia;
- E muito mais!


  • Calculadoras de Critérios Diagnósticos para consulta rápida:
- Arterite de Takayasu
- Arterite Temporal
- Artrite Psoriática
- Artrite Reumatóide
- Churg-Strauss
- Dermatomiosite
- Diabetes Mellitus
- Displasia Arritmogênica de VD
- Doença de Behçet
- Doença de Kawasaki
- Doença de Still do Adulto
- Doença Mista
- Ehlers-Danlons
- Embolia Gordurosa
- Endocardite Infecciosa
- Enxaqueca
- Esclerodermia
- Espondilite Anquilosante
- Febre Reumática
- Fibromialgia
- Gota
- Granulomatose de Wegener
- Henoch-Schönlein
- Hepatite Autoimune
- Insuficiência Cardíaca
- Lúpus Sistêmico
- Mieloma Múltiplo
- Neurofibromatose
- Osteoartrose de Joelho
- Osteoartrose de Mão
- Osteoartrose de Quadril
- Poliarterite Nodosa
- Policitemia Vera
- Polimialgia Reumática
- Polimiosite
- Síndrome da Fadiga Crônica
- Síndrome de Reiter
- Síndrome de Sjögren
- Síndrome de Sweet
- Síndrome do Intestino Irritável
- Síndrome Metabólica
- Síndrome POEMS

App Dr. Diagnóstico
Preço: iOS  ($4,99) e Android (R$12,00)
Idioma: Português

11 de jan. de 2015

Empresas de Tecnologia em Saúde investem pouco nos núcleos acadêmicosde Informática em Saúde

A conferência de abertura do CBIS'14 foi marcada por uma avaliação crítica da situação atual da Informática em Saúde em relação ao meio acadêmico de pesquisa e desenvolvimento e sua relação com as empresas de Tecnologias da Informação e comunicação em Saúde. Dr. Edward Shortliffe, que desenvolveu um dos primeiros sistemas especialistas de apoio à decisão, o MYCIN em 1974 em Stanford, proferiu a palestra.

Dr. Shortliffe deu ênfase à quão pouco as companhias de TICS investem recursos financeiros em pesquisa e desenvolvimento em centros acadêmicos ligados a informática em saúde e afirmou a necessidade de investimento em parcerias que envolvam os centros médicos, as universidades e as empresas de TICS.

Afirmando que a demanda por produtos da Informática em Saúde atualmente é muito alta, sugeriu alguns pontos que precisam ser revistos e aprimorados. As oportunidades de treinamento devem ser diversificadas, com programas de formação ainda tão raros no nosso país em Informática em Saúde, assim como a presença desse conteúdo nos cursos de medicina. Outro ponto a ser aprimorado foi o de mestrados aplicados online, com opções realistas para profissionais de saúde. Estes mestrados teriam ênfase na prática e não só na pesquisa científica.

A sugestão de incorporação da Informática em Saúde em subespecialidade médica já é uma realidade nos EUA desde 2013. A American Board of Medical Specialities concedeu certificado de especialidade a mais de 450 médicos em Clinical Informatics em 2013 e mais de 400 em 2014. No momento há mais de 900 médicos especialistas na área nos EUA, além de vários programas de fellowship sendo desenvolvidos. O reconhecimento formal da especialidade é um dos passos para a integração das disciplinas no currículo médico.

Outro ponto muito interessante abordado foi a deficiência de profissionais líderes no setor no Brasil e a necessidade de formação dos mesmos.

Nesses muitos anos do blog TI Medicina tenho tentado aproximar a Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde (TICS) da comunidade médica, mas vejo o quanto é difícil e ainda escassa a formação oferecida na área, principalmente para profissionais, que como eu, encontram-se afastados no cotidiano, dos centros acadêmicos. 

Avaliações, como a do Dr. Edward Shortliffe, são extremamente oportunas, e mostram que a generosidade com o compartilhamento de conhecimento na área da Informática em Saúde no Brasil ainda é incipiente.



6 de jan. de 2015

Têndêcias Tecnológicas para Medicina em 2015

Retornando às atividades do blog após pequenas férias, abordarei algumas tendências de tecnologias que devem ser aprimoradas ou mais utilizadas em 2015 na Medicina.

1- Medicina na Nuvem:

Utilizar memória, capacidade de armazenamento, softwares, programas médicos, ferramentas, base de dados, etc, compartilhados e interligados por meio da internet, sem necessidade de instalar programas ou armazenar dados é o que fazemos quando utilizamos a computação em nuvem. Cada vez mais esses recursos são utilizados pelos médicos com a vantagem de economia de custos, onde não é preciso investir em infraestrutura como servidores e licenças de software. A possibilidade de ajustar o que é pago ao que é demandado, facilita no momento de adequar o sistema às necessidades do profissional, como pagar valores diferenciados por um Prontuário Eletrônico online, de acordo com a quantidade de profissionais que o usarão. Outra vantagem é a segurança de dados: provedores de cloud computing seguem padrões internacionais de segurança, como ISO, SSL, criptografia avançada e outras. Além disso, ao perder um notebook ou mesmo um celular, informações confidenciais não vão embora junto com o aparelho: elas estão armazenadas na nuvem e se mantém protegidas e disponíveis nela.
Além de prontuário eletrônico, há vários outros serviços disponíveis na nuvem como gestão empresarial, captura e armazenamento de imagens, telemedicina, etc.
Uma tendência da cloud computing na Medicina para 2015 é a “Hybrid Cloud", uma combinação entre “Private Cloud” (criar sua nuvem, com a necessidade de hardware e softwares para atender seu modelo com a estratégia de segurança de dados que atenda seu negócio) e “Public Cloud”  (fornecedor entrega “pacote” pronto para ser utilizado).

2 - Impressão 3D:
Aplicações da impressão 3D na Medicina
A técnica de impresão 3D permite uma personalização sem precedentes na história da Medicina. Utilizando pó, gel ou filamento de metal ou de plástico, a impressora 3D imprime camada por camada peças tridimensionais como vistas na imagem acima: próteses faciais, próteses, réplicas de partes do corpo e  implantes sob medida. Há a promessa de imprimir órgãos humanos e tecidos em um futuro não muito distante! Essa técnica auxilia o trabalho dos médicos e melhora a qualidade de vida dos pacientes. 

3- Big Data e Data Mining
Outra tendência importante que não deve ser ignorada em 2015 é  lidar com grande volume de dados : gerenciando e sabendo usar. A virtualização do armazenamento e eliminação de dados duplicados passa a ser uma necessidade crescente. E os benefícios são percebidos pelo gestor e pelos profissionais de saúde na tomada de decisão. 
As ferramentas de apoio a decisão tendem a se tornar mais personalizadas, como o OpenCDS e uma solução que me empolga, é o InfoButon
InfoButon (Anticipatory Passive Decision Support) é uma ferramenta computadorizada de busca de informação que fornece acesso contínuo a recursos de conhecimento contextualmente relevantes no âmbito dos sistemas de informação clínica como prontuários eletrônicos. São uma abordagem promissora para apoiar a tomada de decisão clínica, ajudando profissionais para atender com eficácia e eficiência as suas necessidades de informação. Por exemplo, ao clicar em um Infobutton próximo a um diagnostico na lista de problema, ele informaria links com temas como diagnóstico, tratamento, etiologia ou prognóstico provenientes de uma base de dados como o UpToDate, Medline ou qualquer outra base de dados importante. E o mais interessante seria se ele pegasse dados relevantes para aquele paciente específico, como, por exemplo, idade, sexo, creatinina, uso de captopril e o diagnóstico e fornecesse links relevantes com a associação desses fatores.
Um exemplo abaixo é a integração do VisualDX, exelente app de diagnóstico de imagens, ao prontuário eletrônico.
VisualDx supports the Health Level 7 (HL7) Infobutton standard

Têndêcias Tecnológicas para Medicina em 2015 é um artigo original do TI Medicina. Quando copiá-lo, dar o crédito.