A Cello Health Insight é uma agência de pesquisa em marketing na Saúde com mais de 30 anos de experiência entregando inteligência de negócios para setores de saúde e farmacêutica. Fazem pesquisa de mercado em Saúde para projetar e conduzir guias de negócios para tomada de decisões.
O relatório The Digital Health Debate 2015 revela como os médicos estão usando canais e dispositivos digitais para trocar informações, comunicar com seus pares, representantes farmacêuticos e pacientes.
O maior uso é no Brasil, seguido da China, Europa e EUA. O menor índice de uso de smartphones no meio médico na Europa parece estar relacionado a dificuldade de acesso ao sistemas locais e nacionais de Health Eletronic Resporting (HER).
Comunicação por redes digitais
88% dos médicos usam o email para se comunicar com colegas de profissão, 68% SMS, 31% usam Whatsapp, 17% Skype. |
A grande maioria dos médicos mundiais relataram que o telefone ainda é o canal principal de comunicação com seus pacientes, seguido pelo email, mensagens de texto, Whatsapp, mídias socias, Skype e outros.
Um dado muito interessante é o uso do Whatsapp pelos médicos mundiais: 87% dos médicos no Brasil usam para comunicar com seus pacientes, em copmaração com 61% na China, 4% nos EUA e 2% no Reino Unido. Aqui, faço uma observação, que nos EUA quem tem dispositivos iOS prefere o iMessage, que é nativo e restrito a essa plataforma, e a Apple ainda domina o mercado lá, ao contrário daqui, onde o Android prevalece. Outro fator é que nos EUA o custo de ligações é muito barata, em comparação com os preços abusivos que pagamos aqui, de onde a preferência por um serviço de mensagens de texto e voz ilimitados, e principalmente assíncrono (não é preciso estarem os 2 interlocutores online ao mesmo tempo).
Uso de Redes Sociais
Na capacitação profissional, as mídias sociais mais usadas no mundo por médicos foram YouTube por 28%, Linkedin por 24% e Google + por 21%. No Brasil e na China a preferência pelo Youtube é significante. E um dado arrepiante alarmante é o uso da Wikipedia, com mais da metade dos médicos brasileiros afirmando usá-la como fonte para capacitação profissional!!!
Conclusões
As conclusões neste post são minhas, e não refletem uma visão da pesquisa realizada.Apesar dos dados no estudo serem muito interessantes, a metodologia usada (veja abaixo) foi falha, incluindo somente pesquisas online, e com uma proporção de entrevistas com médicos brasileiros muito baixa. Não acho que reflita nossa realidade atual.
Penso que muitos médicos fornecem o número do seu Whatsapp para os pacientes mais por pressão destes do que por acharem que é um bom canal de comunicação, pois muitos pacientes veem o app como uma forma de economizar ligações, e principalmetne consultas. Outro ponto é que o CFM proíbe o uso de mídias sociais, apps de mensagem, email ou qualquer forma virtual de comunicação, como forma de diagnóstico e prescrição médicas (à excessão da telemedicina regulada pelo CFM).
Outra consideração que faço é o uso da Wikipedia como fonte de referência a aprimoramento profissional! Absurdo essa taxa de 63%! Com as principais sociedades de especialidade médicas usando tanto Youtube como webconferências para aprimoramento profissional (exemplo o PEC Coloproctologia, o programa de educação continuada da SBCP), com recursos como BMJ Brasil, o Portal Saúde Baseada em Evidências, e muito mais, é um disparate que a classe médica brasileira use a Wikipedia. Ainda acho que foi uma falha grave na metodologia usada.
Metodologia: 1040 entrevistas online de 15 minutos foram realizadas em 8 mercados entre 10 e 31 de Julho pelo M3 Global Research. EUA: 330 médicos, Europa (Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha): 650 médicos, China e Brasil: 60 médicos.