Inovação marca entrada da ATP na Saúde |
Ceila Santos 18/02/2010
Tradicional prestadora de serviços no setor bancário com sede em Brasília, a ATP desenvolveu um aplicativo que garante a assinatura tríplice no processo de certificação do Prontuário Eletrônico, conforme determina a Resolução do Conselho de Medicina. A solução foi testada e aprovada pela Polícia Militar do Distrito Federal que selecionou a empresa durante a licitação. Além dela, mais quatro fornecedores participaram não só para oferta do aplicativo e os demais requisitos de Segurança, como também no fornecimento do serviço de captura de imagens, digitalização, microfilmagem e armazenamento dos prontuários médicos e odontológicos.
“Acredito que somos pioneiros no cumprimento da Resolução 1821/2007 como usuários dessa solução no Brasil. A ATP precisou desenvolver esse aplicativo, uma vez que não existia no mercado. É comum encontrar sistemas que permitam a frequência de até duas assinaturas no mesmo documento eletrônico, mas a tríplice não”, conta Alexandre Saud, chefe da Seção de Gestão de Contratos do Serviço de Saúde da Polícia Militar do Distrito Federal.
Jean Carlo Ribeiro Rocha, gerente de produto da ATP, explica que o desafio estava no volume de documentos que demandavam a validade jurídica. “Temos um aprendizado de captação de imagens e de digitalização em grande escala há 25 anos, mas o setor bancário ainda não aderiu à certificação digital de forma clara. Como manter a velocidade com a assinatura eletrônica neste processo? O workflow não era o problema nem a locação da assinatura, mas como fazer tudo isso considerando o volume acima de milhões de documentos era um desafio”, explica Rocha.
O resultado só foi atingido após muitas reuniões com a SBIS (Sociedade Brasileira de Informática em Saúde) e com o próprio Comitê de Gestão de Tecnologia da Informação da Área de Saúde da Polícia Militar. Saud, que coordena o grupo de gestão de TI na Polícia Militar, conta que essa inovação postergou a digitalização dos documentos, mas trouxe a marca do pioneirismo para o órgão público.
A expectativa de conclusão do processo é para os próximos dois meses. Já foram digitalizados 60% do total de 10 milhões de documentos que se mantinham no acervo da entidade. O destino deste papel ainda será discutido pela Polícia Militar, mas tudo indica que será queimado em função do sigilo da informação. A PM-DF investiu quase R$ 1 milhão no projeto. “O único papel a ser impresso a partir de julho é a receita entregue ao paciente. E detalhe: com isso, ele conseguirá ler a prescrição médica”, comemora. A digitalização dos prontuários automatiza o processo em função do projeto paralelo, que envolveu a implementação do sistema de gestão de prontuários eletrônicos com tecnologia da Benner, cujo investimento foi de R$ 1,4 milhão.
Para a ATP, a solução reforça a sua entrada no segmento de Saúde, que hoje representa menos de 1% da receita e a previsão é atingir 10% ainda este ano. Rocha explica que o alvo serão os estabelecimentos de saúde que optam em automatizar o processo de prontuário eletrônico, integrando aos sistemas legados. Ele estima que 80% dos hospitais brasileiros tenham esse perfil. O diferencial da ATP, segundo o executivo, está na prestação de serviços: “nos responsabilizamos por tudo, desde equipamento, a integração até o armazenamento e manutenção das imagens. Vale ressaltar que o setor de saúde investe pouco em TI. Para adquirir plataformas robustas que interfiram em todos os processos hospitalares é necessário investir em infraestrutura e tempo”.
Fonte: Decision Report
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