Apenas uma pequena parcela dos hospitais brasileiros, públicos e privados, já tem uma administração de saúde profissionalizada, na qual a adoção de sistemas de gestão possibilitou o controle eficiente de custos e resultados. Para os especialistas, a utilização dessas soluções deve aumentar fortemente nos próximos anos, por conta do potencial de crescimento da área de saúde pública e privada.
Na busca por softwares de gestão, os fornecedores nacionais têm levado vantagem sobre as multinacionais, por conta das características do mercado brasileiro. O Brasil tem um modelo de saúde diferente em relação ao adotado em outros países, e o fabricante local já estaria adaptado à “cultura local”.
Hospital Infantil Sabará
Adotou um sistema integrado, capaz de cobrir todas as suas áreas – recursos humanos, financeiro, contabilidade, lavanderia, hotelaria, enfermaria, centro cirúrgico, pronto- -atendimento, áreas de internação, farmácia, entre outras. Investiu 5 milhões de reais em tecnologia da informação e telecomunicações. Usa o sistema MV 2000, da MV Sistemas, que atende o hospital como um todo, abrangendo do atendimento à área clínica e assistencial, dos laboratórios de diagnóstico e terapia até a parte de faturamento e controladoria.
Raquel Sabatini, gerente de TI do Sabará, “Houve ganhos em vários aspectos”, diz ela. E enumera: “Com os sistemas integrados você tem um fluxo contínuo do negócio, com mais agilidade em cada etapa, como na liberação da conta que deve ser cobrada. Facilitou a auditoria dessa conta, e deu maior credibilidade com os convênios. Além disso, a solicitação de exames, internações e cirurgias às operadoras ficou mais ágil. Houve também melhora do controle de estoques.”
Hospital Samaritano
Possuia dois sistemas menores, um próprio e outro, da Microsiga, que atendia especificamente à gestão administrativa financeira e em 2008, o Samaritano escolheu o sistema de gestão Tasy, da Wheb Sistemas, implementado em um prazo de sete meses. “Foi uma meta ousada. Além disso, planejamos um modelo de implementação big-bang, trocando um sistema pelo outro de uma só vez, o que exigiu ainda mais da equipe.” Para implementar o sistema, o Samaritano investiu 3 milhões de reais, direcionados para infraestrutura, consultoria, licenciamento de software, licenciamento da Oracle etc.
Com todo o hospital integrado em uma mesma plataforma online, ganhos nas áreas administrativa e assistencial foram alcançados. A administração ganhou eficiência em gestão, com processos padronizados, confiabilidade na geração dos dados e maior qualidade nos controles.
O hospital integrou até a área de digitalização de imagens. O sistema Tasy, troca dados com sistema de imagens médicas digitais, e o IMPAX, fornecido pela AGFA Healthcare. A integração tem permitido agilidade do atendimento, melhora na gestão e eficiência operacional com a eliminação ou redução do uso de papel, filmes e de produtos químicos nos processos de revelação. Alem disso, ela é pré-requisito para o prontuário eletrônico.
Sírio-Libanês
Implementou o Tasy em 2007, dentro de um projeto de modernização do setor de TI. “Até 2006, o Sírio trabalhava com vários pequenos sistemas. A maior parte do pacote adquirido no mercado. Não tínhamos um sistema integrado”, diz a superintendente de tecnologia da informação, Margareth Ortiz de Camargo. “Acredito que outros hospitais se animaram com o Tasy por conta da nossa experiência. A parceria com a Wheb deu certo.”
“A prescrição do Tasy não era muito amigável, com várias janelas, o que não agradava aos profissionais. Com a Wheb, passamos a trabalhar em mudanças no módulo de prescrição, que tornou o processo mais simples de operar e disponibilizamos a solução para utilização por outros hospitais”, lembra Margareth. Entre outras melhorias incorporadas pela equipe do Sírio, está o sistema de dispensação de medicamentos. “Fizemos uma revolução na dispensação. Criamos códigos, lotes por paciente, uma organização hierárquica”, explica.
Outro ponto importante foi a integração com modelos externos. “Nosso sistema está integrado ao do laboratório Fleury (o hospital terceiriza serviços laboratoriais) e com o mercado de compra eletrônica”, acrescenta Margareth.
O Sírio-Libanês investiu 10 milhões de reais na implantação. “No primeiro ano, a parte mais cara é com hardware. Representa quase metade do investimento. A partir do segundo ano, os gastos maiores são com manutenção, que podem representar cerca de 10% do aporte inicial.
Saúde Pública:
Normalmente, projetos para a área de saúde pública têm o objetivo de ampliar a capacidade de atendimento das instituições e contam com informatização para melhorar a gestão. Um bom exemplo é o programa de integração de toda a rede assistencial do Governo do Distrito Federal, com a criação do Prontuário Eletrônico do Paciente e do Portal de Exames, atendidos pela InterSytems.
A intenção é o desenvolvimento de um registro único dos pacientes, com dados sendo atualizados e acessados de qualquer uma das seis unidades hospitalares e também do Laboratório Central, para facilitar os atendimentos, principalmente de emergência. Atualmente, são realizados 8,2 milhões de exames no DF. Metade deles gerados pelas seis unidades hospitalares atendidas pelo sistema. Estatísticas da Secretaria de Saúde do DF revelam que 20% deles são perdidos pelos usuários antes da consulta, acarretando novas demandas para os mesmos exames. A expectativa é de que o sistema reduza o desperdício, levando a uma economia de R$ 18 milhões por ano.
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