Conheci o programa MAIS VIDA do cuidado do idoso do Ambulatório de Geriatria da UFMG, sob coordenação do Dr. Edgar Nunes de Moraes e Dra Flávia Lanna de Moraes, e fiquei muito impressionada (para quem deseja saber mais sobre o projeto, leia Atenção à Saúde do Idoso - Aspectos Conceituais da OPAS, e o eBook Avaliação Multidimensional do Idoso).
O programa Mais Vida da PBH funciona no ambulatório Jenny de Andrade Faria do HC-UFMG e recebe os idosos frágeis com o objetivo de:
- Submetê-los à Avaliação Multidimensional do Idoso (Avaliação Geriátrica Ampla) e elaboração do Plano de Cuidados;
- Indicação de intervenções interdisciplinares capazes de melhorar a autonomia e independência do idoso e prevenir o declínio funcional, institucionalização e óbito, mesmo na ausência da Avaliação Multidimensional do Idoso tradicional;
- Planejamento de demanda programada no SUS e na Saúde Suplementar: definição de grupo de idosos que necessitarão de atendimento diferenciado na Unidade Básica de Saúde.
- Estruturação e direcionamento da consulta geriátrica: planejamento da consulta especializada do idoso, destacando as dimensões da saúde do idoso que merecem uma investigação mais detalhada.
Para facilitar a identificação a identificação do idoso de risco (indivíduo com 60 anos ou mais que apresenta maior risco de dependência funcional, institucionalização e óbito), a equipe está lançando uma ferramenta online (IVCF-20) que pode ser usada por profissionais não especialistas em Geriatria e Gerontologia, inclusive o médico, enfermeiro ou ACS da ESF (equipe de Saúde da Família) , ou até mesmo pelo próprio idoso e seus familiares, de qualquer computador, tablet ou celular com acesso a internet.
O IVCF-20 é um instrumento simples e de rápida aplicação (5 a 10 minutos) e tem a vantagem de ter caráter multidimensional, pois avalia oito dimensões consideradas preditoras de declínio funcional e/óbito em idosos: a idade, a auto-percepção da saúde, as atividades de vida diária (três AVD instrumentais e uma AVD básica), a cognição, o humor/comportamento, a mobilidade (alcance, preensão e pinça; capacidade aeróbica/muscular; marcha e continência esfincteriana), a comunicação (visão e audição) e a presença de comorbidades múltiplas, representada por polipatologia, polifarmácia e/ou internação recente.
Cada seção é avaliada através de perguntas simples, que podem ser respondidas pelo idoso ou por alguém que conviva com ele (familiar ou cuidador). Foram também incluídas algumas medidas consideradas fundamentais na avaliação do risco de declínio funcional do idoso, como peso, estatura, IMC, circunferência da panturrilha e velocidade da marcha em 4 metros.
Pode ser aplicado por toda a equipe de enfermagem (enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem) e demais profissionais da área de saúde (médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, assistente social, dentista, psicólogo e farmacêutico).
Abaixo veja algumas telas e o relatório final do teste que fiz.
Tela inicial do IVCF-20 |
Segunda aba - Auto Percepção da Saúde |
Resultado do teste: Alto Risco de Vulnerabilidade Clínico-Funcional |
No site ainda é possível baixar uma aula em power-point sobre IVCF e ver a escala de fragilidades do Idoso, com estratos de 1 a 10.
O aplicativo web possui muito boa usabilidade, navegando entre abas com barra de progresso em porcentagem embaixo à direita. A interface é limpa e intuitiva, sendo muito fácil de usar inclusive por leigos.
PS: para os médicos da PBH: para encaminhar idosos frágeis ao serviço basta referenciar para:
Mais Vida - Geriatria ambulatório Jenny Faria
A marcação sai com cerca de 1 semana, pois há 1000 vagas por mês para idosos frágeis.
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