11 de dez. de 2016

Internet das coisas: sensor de gases para diagnóstico de doenças gastrointestinais e coloproctológicas

Como coloproctologista, adorei uma outra demonstração (veja a primeira aqui) que assisti no CBIS 2016.

Tratava-se de um sensor para correlação de doenças com gases de eructação e flatulência desenvolvido em projeto de doutoramento de Nathália Moraes  do Nascimento.

A Internet das Coisas pode ser definida com uma tendência em TI em que vários dispositivos considerados “burros” são conectados a redes de comunicação para a troca e coleta de informações. Ela envolve, mas não se limita a, o uso de sensores de presença e temperatura inteligentes para a regulação climática de um ambiente.  Na Saúde, aplicativos móveis podem se conectar a dispositivos diversos para obter e relacionar dados sobre o nosso corpo em busca de insights médicos.(fonte). Mas não temos relatos de dispositivos que analisem gases corporais (eructação e flatulênica), por isso o projeto da Nathália é um dispositivo sensor de gases, com comunicação wireless com smartphone.

Dispositivo de teste com arduino e sensores de álcool, CO2, Metano e Hidrogênio
O dispositivo é colocado próximo ao paciente e mede automaticamente a composição dos gases. 


 E como ainda não há estudos sobre o tema com sensores, acho que a correlação da composição dos gases pode ser muito útil, por exemplo, em endoscopias digestivas altas ou retossigmoidoscopias, ou mesmo em consultórios médicos com objetivo de screening de pacientes.


NASCIMENTO, N. M. DO; VIANA, M. L.; LUCENA, C. J. P. DE. An IoT-based Tool for Human Gas Monitoring. Anais do XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde, p. 96–98, 2016. Disponível em: http://www.sbis.org.br/biblioteca_virtual/cbis/Anais_CBIS_2016_Diversos.pdf

3 de dez. de 2016

Geo-Monitoramento na Saúde para melhor tomada de decisão

Estive no CBIS 2016 -  XV Congresso de Informática em Saúde em Goiânia e gostaria de mostrar 2 demonstrações que assisti e que me impressionaram bastante. O post de hoje será sobre uma demonstração do Conecta SUS Zilda Arns Neumann da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, que achei  que é muito útil do ponto de vista do gestor e do profissional de saúde.

A tecnologia apresentada junta o Sistemas de Informações Geográficas (SIG) que associa uma latitude e longitude a um endereço de uma ocorrência em saúde (morte, nascimento, caso de dengue, etc) ao Business Intelligence (BI) que é uma série de tecnologias, processos, práticas e ferramentas para a evolução de dados em informação e da informação em conhecimento para auxiliar as tomadas de decisão e obtenção dos indicadores de desempenho desejados.

Geo-Business Intelligence (Geo-BI) ou localização inteligente é um conjunto de tecnologias que combina SIG e BI para avaliação de resultados obtidos, planejamento e tomada de decisão. 


Carlos Augusto Tibiriçá apresentou brilhantemente um sistema de Geo-BI do Conecta SUS, onde é possível ver o geo-referenciamento de cada caso individualmente. 
Carlos Augusto Tibiriçá mostra o sistema geo-referenciado das gestantes  em Quirinólpolis de Goiás 
É possível perceber como os dados são na maioria não informados, 117, contra 13  de gestantes normais e 5 de alto risco, e nós profissionais de saúde somos responsáveis pela baixa qualidade dos dados. E aqui faço um comentários aos gestores: mostrem aos seus profissionais de saúde seuas ferramentas de gestão e o quão importante são os dados de qualidade! Se o profissional não vê benefício na burocracia, se ele não pode usar os dados que informa em benefício da assistência à saúde, preferirá SEMPRE atender bem o paciente e deixar a burocracia mal feita. 

Ele mostrou também a gestão da Dengue, pode ser feita a cada paciente, como quando do bloqueio de caso de Dengue, que consiste em tratamento de criadouros em uma região circunferencial de 150m de cada paciente confirmado com dengue.


Cada ponto,  no slide abaixo, na tela do Módulo SIG no Sistema de Administração e Controle da Dengue - SACD,  é um caso bloqueado (verde), ainda não bloqueado (vermelho) e não informado (branco) no município de Anápolis. Clicando em cada caso é possível ver o nº da notificação, endereço, data do início do bloqueio e até a quantidade de larvicida usada. 
Bloqueio de caso de Dengue
As possibilidades são infinitas! O importante a ser ressaltado é que uma excelente ferramenta na mão de um profissional limitado não o torna mais competente ou com mais conhecimento, por isso há que se valorizar imensamente o trabalho desse pessoal. Utilizam ferramentas open source para criar um sistema de Geo-Business Intelligence, que nas mãos de profissionais competentes transformam dados em conhecimento para tomada de decisão oportuna.

Quem quiser saber mais, acesse: 

TIBIRIÇÁ, C. A. G.; RINCON, J. P.; ESMERALDO, L. L.; et al. Geo-Business Intelligence: Um Modelo Aplicado ao Monitoramento em Tempo Oportuno de Saúde Pública. Anais do XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde, p. 50–53, 2016. Disponível em: http://www.sbis.org.br/biblioteca_virtual/cbis/Anais_CBIS_2016_Diversos.pdf