Agência FAPESP – As duas primeiras cirurgias de fígado e pâncreas na América Latina utilizando um robô mecânico controlado remotamente foram realizadas por médicos do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Os procedimentos resultaram em artigos publicados na revista Arquivos de Gastroenterologia – detalhando os procedimentos utilizados em uma ressecção hepática para o tratamento de um tumor – e no Journal of Laparoendoscopic and Advanced Surgical Techniques – relatando o primeiro caso conhecido na região de ressecção pancreática com o uso do dispositivo robótico cirúrgico.
Os dois procedimentos foram feitos no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e coordenados por Marcel Autran Cesar Machado, professor livre-docente de cirurgia da FMUSP. O primeiro foi publicado no início deste ano, enquanto o segundo estudo, que já foi aceito e aprovado pela revista internacional, deverá sair nos próximos meses.
As duas operações utilizaram basicamente as mesmas técnicas da laparoscopia por vídeo, cirurgia minimamente invasiva na qual os médicos fazem uma pequena incisão no umbigo do paciente e introduzem um laparoscópio, instrumento de fibra óptica que permite realizar
procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
“Na primeira operação fizemos uma ressecção de fígado central, em que retiramos o miolo do fígado, uma cirurgia complexa por haver duas linhas de corte, uma do lado esquerdo e outra do lado direito do órgão. Nesse caso, o robô esculpiu a região central do fígado, além de ser decisivo
para o controle do sangramento do fígado do paciente”, disse Autran à Agência FAPESP.
“Na segunda cirurgia também tratamos um câncer que comprometia quase todo o pâncreas do paciente. Fizemos então uma pancreatectomia subtotal e o robô nos ajudou a identificar e enxergar melhor os vasos, artérias e veias próximas ao órgão, permitindo a retirada de cerca de 80% do pâncreas sem prejudicar outras estruturas”, explicou.
Segundo ele, além de ser extremamente preciso e permitir visualizações tridimensionais, o robô elimina tremores e permite que o movimento seja escalonado. “O cirurgião pode realizar movimentos mais amplos e rápidos no robô e que se tornam mais lentos quando as pinças entram em contato com o órgão do paciente, diminuindo as chances de erros”, disse Autran.
Diferentemente das cirurgias normais em que o médico atua em pé, com a utilização do robô o profissional fica sentado para movimentar, por meio de três braços mecânicos, as pequenas pinças que se movimentam para todos os lados em ângulos de 360 graus, fazendo com que órgão operado possa ser visto em três dimensões pelos médicos.
Para isso, as câmeras de vídeo do robô são controladas por um pedal, permitindo, por exemplo, uma visualização mais detalhada do órgão para a retirada dos tecidos comprometidos no paciente e para a realização de outros procedimentos, como os pontos que devem ser dados no local operado. Controlando o robô de modo remoto, o cirurgião fica a uma distância de pouco mais de um metro do paciente.
O Brasil conta atualmente, segundo Autran, com quatro dispositivos obóticos cirúrgicos importados, dois no hospital Sírio Libanês, um no Oswaldo Cruz e outro no Albert Einstein, todos na capital paulista.
“Um dos equipamentos do Sírio Libanês é utilizado para o treinamento e a certificação de cirurgiões. O Hospital das Clínicas da USP, por sua vez, está tentando, junto ao Ministério da Saúde, comprar um robô semelhante e a expectativa é que ele possa ser utilizado para fins de pesquisa e treinamento de profissionais”, apontou.
Segundo Autran, que é professor do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP, além das cirurgias do aparelho digestivo, sobretudo de fígado, pâncreas e esôfago, robôs também vêm sendo utilizados por médicos de diversos países em especialidades como urologia e ginecologia.
Fonte: News da SBIS
Os procedimentos resultaram em artigos publicados na revista Arquivos de Gastroenterologia – detalhando os procedimentos utilizados em uma ressecção hepática para o tratamento de um tumor – e no Journal of Laparoendoscopic and Advanced Surgical Techniques – relatando o primeiro caso conhecido na região de ressecção pancreática com o uso do dispositivo robótico cirúrgico.
Os dois procedimentos foram feitos no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e coordenados por Marcel Autran Cesar Machado, professor livre-docente de cirurgia da FMUSP. O primeiro foi publicado no início deste ano, enquanto o segundo estudo, que já foi aceito e aprovado pela revista internacional, deverá sair nos próximos meses.
As duas operações utilizaram basicamente as mesmas técnicas da laparoscopia por vídeo, cirurgia minimamente invasiva na qual os médicos fazem uma pequena incisão no umbigo do paciente e introduzem um laparoscópio, instrumento de fibra óptica que permite realizar
procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
“Na primeira operação fizemos uma ressecção de fígado central, em que retiramos o miolo do fígado, uma cirurgia complexa por haver duas linhas de corte, uma do lado esquerdo e outra do lado direito do órgão. Nesse caso, o robô esculpiu a região central do fígado, além de ser decisivo
para o controle do sangramento do fígado do paciente”, disse Autran à Agência FAPESP.
“Na segunda cirurgia também tratamos um câncer que comprometia quase todo o pâncreas do paciente. Fizemos então uma pancreatectomia subtotal e o robô nos ajudou a identificar e enxergar melhor os vasos, artérias e veias próximas ao órgão, permitindo a retirada de cerca de 80% do pâncreas sem prejudicar outras estruturas”, explicou.
Segundo ele, além de ser extremamente preciso e permitir visualizações tridimensionais, o robô elimina tremores e permite que o movimento seja escalonado. “O cirurgião pode realizar movimentos mais amplos e rápidos no robô e que se tornam mais lentos quando as pinças entram em contato com o órgão do paciente, diminuindo as chances de erros”, disse Autran.
Diferentemente das cirurgias normais em que o médico atua em pé, com a utilização do robô o profissional fica sentado para movimentar, por meio de três braços mecânicos, as pequenas pinças que se movimentam para todos os lados em ângulos de 360 graus, fazendo com que órgão operado possa ser visto em três dimensões pelos médicos.
Para isso, as câmeras de vídeo do robô são controladas por um pedal, permitindo, por exemplo, uma visualização mais detalhada do órgão para a retirada dos tecidos comprometidos no paciente e para a realização de outros procedimentos, como os pontos que devem ser dados no local operado. Controlando o robô de modo remoto, o cirurgião fica a uma distância de pouco mais de um metro do paciente.
O Brasil conta atualmente, segundo Autran, com quatro dispositivos obóticos cirúrgicos importados, dois no hospital Sírio Libanês, um no Oswaldo Cruz e outro no Albert Einstein, todos na capital paulista.
“Um dos equipamentos do Sírio Libanês é utilizado para o treinamento e a certificação de cirurgiões. O Hospital das Clínicas da USP, por sua vez, está tentando, junto ao Ministério da Saúde, comprar um robô semelhante e a expectativa é que ele possa ser utilizado para fins de pesquisa e treinamento de profissionais”, apontou.
Segundo Autran, que é professor do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP, além das cirurgias do aparelho digestivo, sobretudo de fígado, pâncreas e esôfago, robôs também vêm sendo utilizados por médicos de diversos países em especialidades como urologia e ginecologia.
Fonte: News da SBIS
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