30 de dez. de 2013

Panorama atual do uso de tecnologias (Prontuários Eletrônicos) por médicos - Parte II

Continuando com os posts sobre a pesquisa TIC Saúde (CETIC.br*)  que mede o estágio de adoção das TIC (tecnologias de informação e comunicação) nos estabelecimentos de saúde brasileiros e sua apropriação pelos profissionais do setor, hoje abordarei os estabelecimentos de saúde e a informatização disponível.

94% dos estabelecimentos de saúde utilizaram computador nos últimos 12 meses. Esse dado vem contribuir para o entendimento que as instituições tem investido em infraestrutura para informatização da atenção à saúde, mesmo que essa infraestrutura não seja adequada ou seja precária.

Com relação ao tipo de suporte de registro do prontuário do paciente, se eletrônico ou em papel, a diferença entre estabelecimentos públicos ou privados foi digna de destaque. Enquanto 35% dos estabelecimentos privados de saúde já usam registros totalmente eletrônicos, somente 9% dos públicos os tem. A maioria dos estabelecimentos 49% públicos e 53% privados, utilizam registros estão parte em papel e parte em forma eletrônica, no entanto resta saber de estão em fase de implantação ou se alguns dados são eletrônicos - como registro de pacientes -  e outros como prontuário do paciente são em papel, como na UPA de Belo Horizonte onde trabalho.  42% dos estabelecimentos públicos utilizam somente papel para registro em saúde contra 12% dos estabelecimentos privados.



Quanto à estrutura  e funcionalidades do registro eletrônico em saúde, podemos inferir com base nos dados abaixo, que a maioria dos registros eletrônicos dispõe somente de dados cadastrais, com menos de 50% deles possuindo dados básicos como histórico do paciente, medicamentos e dados vitais. Na minha visão, pelos menos metade deles não são nem sequer considerados prontuário de pacientes, mas simples registros eletrônicos de cadastros.

O mesmo pode-se dizer das funcionalidades pesquisadas como agendamento de consultas, pedir exames laboratoriais, prescrever medicamentos e fornecer resumo da alta: menos de 50% dos estabelecimentos fazem o mínimo necessário para um prontuário com suporte eletrônico.




Gráfico 1 Gráfico 2
  • Dados cadastrais do paciente: 83%
  • Resultados de exames laboratoriais: 60%
  • Diagnóstico, problemas ou condições de saúde do paciente: 49%
  • Principais motivos que levaram o paciente ao atendimento ou consulta: 45%
  • Histórico ou anotações clínicas sobre o atendimento: 42%
  • Lista de medicamentos prescritos: 40%
  • Anotações de enfermagem: 26%
  • Sinais vitais do paciente: 26%
  • Imagens de exames radiológicos: 25%
  • Agendar consultas, exames ou cirurgias: 53%
  • Listar todos os resultados de exames laboratoriais de um paciente específico: 50%
  • Listar todos os pacientes por diagnóstico: 44%
  • Pedir exames laboratoriais: 41%
  • Listar todos os medicamentos que um paciente específico está fazendo uso incluindo aqueles prescritos por outros médicos: 34%
  • Pedir exames de imagem: 34%
  • Fornecer resumos de alta dos pacientes: 33%
  • Pedir medicamentos/ prescrição médica: 32%

A atual situação brasileira de informatização do registro de saúde do paciente é incipiente, apesar de estarmos caminhando para tal realidade. A qualidade dos prontuários ainda deixa bastante a desejar e nesse ponto venho reafirmar meu apoio ao processo de certificação da SBIS/CFM dos registros eletrônicos em saúde.
Justifico meu ponto de vista neste outro post para quem quiser saber mais:
 *Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) é o departamento do NIC.br responsável pela coordenação e publicação de pesquisas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil. Esses estudos são referência para a elaboração de políticas públicas que garantam o acesso da população às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), assim como para monitorar e avaliar o impacto socioeconômico das TICs.


Panorama atual do uso de tecnologias (Prontuários Eletrônicos) por médicos - Parte II
é um post original do TI Medicina. Quando copiá-lo ou citá-lo, adicionar os devidos créditos.

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