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OMC (Organización Médica Colegial de España), que equivale ao nosso CFM, indo de encontro ao que já vem sendo feito em outros países devido a
difusão do uso de redes sociais pelos médicos e estudantes e levando-se em conta a linha tênue entre o pessoal e o profissional neste uso, lançou agora em Novembro no IV Convención de la Profesión Médica, um
Manual de Ética em redes sociais para Médicos e Estudantes de Medicina. Afinal, o
Código de Ética exige, como a medicina moderna, se adaptar a este novo ambiente e evoluir.
A equipe de médicos que trabalhou no projeto foi escolhida devido a sua boa atividade em redes sociais e blogs pessoais: Rafael Olalde , Beatriz Satué, Rosa Taberner, Marian Jiménez Aldasoro, Jose Antonio Trujillo, Rodrigo Gutierrez Fernandez, e Mónica Lalanda. Também contribuíram na elaboração do guia Iris Mar Hernández, Jesús José Camacho, Enrique Sánchez Aciaga, Emilio Delgado y Guillermo Jiménez (estudantes de medicina e membros do Conselho Estadual de estudantes de Medicina ECMS).
Manual de Estilo para os médicos e futuros sobre o bom uso de redes sociais
1- Respeitar a confidencialidade e o Segredo Médico-Paciente
Se a informação clínica for divulgada em redes sociais, é sempre desejável:
- Certifique-se de que o paciente não é reconhecível ou identificável, não só por meio de imagens ou dados, mas por associação em relação ao local hospitalar, centro de saúde, especialidade ... etc.
- Faça uso profissional da informação clínica com objectivo claro e sempre em benefício do paciente em particular ou da medicina acadêmica em geral (para fins de ensino ou de intercâmbio de conhecimento com outros profissionais), evitando o sensacionalismo e morbidade.
- Cuidado no uso de sistemas de troca de informações em que a segurança dos dados enviados é questionável (leia a privacidade e uso de aplicativos de mensagens).
- Lembre-se de que não é sensato o armazenamento em telefones celulares e laptops, informações sem criptografia ou imagens.
- Peça permissão antes de tirar uma foto do paciente e explique em termos que ele possa entender a finalidade dessa fotografia.
2- Evitar conselho médico a pacientes virtuais
Quando o profissional aparecer nas redes sociais como médico e for questionado por um usuário (conhecido ou desconhecido) é importante observar que:
- Não há nenhuma obrigação de responder (não é uma situação de bom samaritano), mas se for o caso é adequado e desejável encaminhá-lo a uma fonte confiável (website ou blog) onde possa esclarecer suas dúvidas ou orientá-lo a consultar o seu médico.
- Pode ser recomendável aproveitar o poder amplificador das redes sociais para responder a perguntas que possam ser de interesse geral e, assim, fazer um trabalho divulgador que pode ser muito gratificante (saúde pública, promover estilos de vida saudáveis, fotoproteção, etc.).
- Temos de ser mais cauteloso no caso de consultas de outros profissionais (segunda opinião), especialmente quando eles incluem fotografias e dados reconhecíveis de paciente por terceiros.
3- Mantenha uma imagem profissional virtual adequada
Quando um profissional escolher livremente estar presente nas redes sociais, usando uniforme médico em sua foto do perfil, é importante lembrar que está vinculando uma imagem corporativa para a profissão. Por conseguinte, é desejável:
- Evitar o uso inadequado e inconveniente das redes sociais de modo a não abalar a confiança em nossa sociedade. É aconselhável ajustar-se às expectativas existentes na sociedade no que diz respeito à prática médica.
- Evite sempre atitudes insensíveis, frívola ou pouco de acordo com as regras básicas de etiqueta, ou seja, educação, cortesia e respeito.
- Não opinar sem pesar as consequências sobre questões médicas,comportando-se de forma sensata e avaliando o contexto, os interlocutores e o tema abordado, assim como as referências e fontes utilizadas.
4- Evitar que o uso de novas tecnologias desviem nossa atenção da consulta direta com o paciente
- Evite interrupções particularmente se eles podem afetar a privacidade e confidencialidade dos dados.
- Evite fazer e receber chamadas telefônicas ou trocas virtuais que não são absolutamente necessárias, e se assim for, pedir autorização e ser o mais cuidadoso possível.
5- Ter responsabilidade sobre a informação médica difundida em redes sociais
-A Informação médica publicada em redes sociais deve ser compreensível, precisa, ponderada e prudente. A competência que nos dá nossa formação profissional faz com que nossas opiniões sejam tomadas como referência.
-A Responsabilidade pela informação médica em redes sociais se não se diliu porque o receptor é múltiplo, simultâneo ou desconhecido. Há que se ter responsabilidade sobre o que se divulga. Mas a possibilidade de interação é também uma enorme vantagem,
- A criação e divulgação de conteúdos de qualidade, não é uma obrigação profissional, mas é altamente recomendável (promoção de blogs, páginas da web e fóruns virtuais).
- É altamente desejável que estar alerta e interceptar informações médicas falsas que possam alarmar a população ou comprometer a saúde.
6- Manter o respeito na interação com colegas ou nos comentários sobre eles
- Em caso de discordância sobre questões médicas ou profissionais, as redes sociais podem ser uma ferramenta para o diálogo. Em qualquer caso, evitar os insultos e expressões depreciativas sobre os colegas e outros profissionais de saúde.
- Deve-se evitar alusões a âmbitos pessoais e privados dos colegas.
7- Faz um bom uso de publicidade e propaganda médica
- A reputação "off-line" e "on-line" é um dos maiores ativos de qualquer instituição médica ou profissional de saúde. A promessa de valor para qualquer instituição ou profissional de saúde deve respeitar a liberdade e dignidade dos doentes, e ser justo com a sua realidade.
- O prestígio profissional, que promove relações de confiança com os pacientes, pode tornar-se mais visível através de publicidade e propaganda.
- A publicidade e propaganda médica deve ser sempre objetivo, prudente e verdadeira.