Batizado de Acuson 50, o laptop é perfeito para médicos porque além de ser portátil, também serve para suas atividades do dia-a-dia, como ler emails, navegar na internet e elaborar documentos.
24 de fev. de 2009
Laptop com Ultrasom acoplado para médicos
Batizado de Acuson 50, o laptop é perfeito para médicos porque além de ser portátil, também serve para suas atividades do dia-a-dia, como ler emails, navegar na internet e elaborar documentos.
HC testa nova tecnologia Sistema permite que médicos acessem informações de pacientes em palms, notebooks e telefones
DANIELLE CASTRO
21 de fev. de 2009
SISTEMA DE APOIO A DECISÃO MÉDICA (SADM)
A avaliação das condutas leva em consideração os prós e contras de cada tratamento possível e os resultados esperados. A recomendação de um tratamento é específico para cada indivíduo, levando em conta os fatores de risco e a preferência de resultados na opinião do paciente e é apresentado de forma simples, facilitando o entendimento pelo paciente.
O SADM tem como elemento básico um programa com os seguintes módulos:
- Perfil do paciente: contém os dados demográficos e os sintomas do paciente.
- Diagnósticos: calcula a probabilidade de possíveis diagnósticos, baseados na sintomatologia apresentada e em possíveis exames complementares.
- Avaliação das preferências dos pacientes: permite interação entre os riscos para o paciente e os resultados prioritários para o mesmo.
- Análises: usado para avaliar as alternativas de terapêutica, dando um gráfico como resultado final da pesquisa, que permite ao médico e ao paciente, a exploração dos resultados. Este módulo apresenta, para o paciente, escolhas simples para estabelecer os riscos e benefícios. Isso ajuda-o a entender, por exemplo, se o risco de uma dor é maior ou menor que o risco de uma cirurgia e seus possíveis resultados adversos, aumentando a compreensão e a vontade do paciente em aceitar certos riscos para melhorar a sua qualidade de vida.
O sucesso do SADM requer uma aproximação multidisciplinar, envolvendo cientistas, médicos e informática.
A Inteligência Artificial busca criar sistemas de computadores cujo comportamento seja igual ao dos humanos, não tendo o intuito de ser independente, mas de auxiliar o homem em vários aspectos.
A Inteligência Artificial em medicina (AIM) tem como objetivo prover ao profissional de saúde uma assistência a partir de manipulação de informações sobre dados e conhecimentos. Este sistema tem capacidade de aprender e lidar com as descobertas de um novo fenômeno por possuir subcampos para aprendizado que resultaram em técnicas com potencial de alterar o curso de um conhecimento, cruzando dados e formulando hipóteses.
Os tipos mais comuns de AIM são os sistemas baseados no conhecimento ou "expert systems", que contêm vários exemplos da atuação da AIM na realidade clínica. Eles contêm conhecimentos médicos e são capazes de lidar com dados de cada paciente para chegarem a conclusões racionais.
Há vários tipos de tarefas clínicas que um "expert system" pode aplicar:
- Geração de alertas e lembretes;
- Assistência diagnóstica;
- Crítica e planejamento terapêuticos;
- Agentes para recuperação de informação;
- Reconhecimento e interpretação de imagens.
1.AI pode estar em um sistema eletrônico de dados médicos e alertar quando detectar alguma contra-indicação no tratamento proposto ou quando perceber alterações nos dados que sugiram uma mudança significante nas condições do paciente:
- Sistema Attending, para anestesiologia.
- Sistema Oncocin, para quimioterapia.
2.Sistemas de diagnóstico e educação:
- "DX plain": auxilia o diagnóstico através da análise de achados clínicos como sinais, sintomas e dados laboratoriais e produz uma lista dos diagnósticos mais prováveis. Ele justifica cada diagnóstico diferencial e sugere investigações adicionais. O sistema contém 4500 manifestações clínicas, mais de 2000 doenças diferentes e é usado em grande número de hospitais e escolas médicas dos EUA.
- "HELP system": comporta não só aplicações de rotina de um sistema de informação hospitalar (admissões, demissões e ordem de entrada) bem como função de suporte à decisão (alertas e lembretes, interpretação de dados, facilidades diagnósticas, sugestões de manejamento dos pacientes e protocolos clínicos).
- Sistema de apoio à decisão em litíase e tuberculose (CIS-EPM-UNIFESP-Brasil).
3.Sistemas de informações laboratoriais:
- "PUFF system": interpretação automática de teste de função pulmonar.
- "Germ Watcher": policia infecções hospitalares, comparando critérios nacionais e locais.
- "PEIRS"(Pathology Expert Interpretative Reporting System): interpreta de 80 a 100 exames laboratoriais por dia, com uma acurácia diagnóstica de aproximadamente 95%.
4. Monitor cardíaco em UTI.
5. Medidor de gasometria arterial em UTI.
Informática facilita vida de médico e pacientes
O curso de Sistemas de Informação vai fabricar um software para o controle de prontuário eletrônico do paciente.
A partir do segundo semestre deste ano, o software vai registrar todas as informações relativas ao paciente. Ele ficará integrado ao Sistema de Gestão Integrada da Unimed, de acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina.
O software registra exames, evolução clínica, controles médicos, medicamentos administrados, laudos, fotos e imagens de vídeo. Quem informa é o coordenador de Tecnologia da Informação da Unimed e professor da Fazu, André Augusto Calabrez. Segundo ele, outra função do software é possibilitar que o paciente agende consultas e exames através da Internet. “Também emite relatórios estatísticos e de controle”, acrescenta.
O médico e diretor-presidente da Unimed Uberaba, Moacir de Melo Júnior, comenta que este é um projeto pioneiro. “Começamos a informatização dentro dos consultórios médicos. Agora, buscamos essa parceria com a Fazu para ampliar nossa tecnologia da informação interligando os dados do nosso sistema”.
Na opinião do médico, além de agilizar os procedimentos médicos, os pacientes terão mais segurança no atendimento: “Terei condições de disponibilizar todas as informações relevantes na ficha do paciente e qualquer outro médico da Unimed poderá ter acesso a essa ficha”. Ele informa, ainda, quais laboratórios e hospitais também poderão estar ligados ao sistema.
De acordo com o superintendente Hamilton Mendes dos Santos, a Unimed é o maior sistema de cooperativas do mundo, com mais de 100 mil médicos, 40 milhões de usuários, 367 unidades só no Brasil e cerca de 100 hospitais próprios.
“A Unimed Uberaba tem 85 mil usuários e cerca de 600 médicos. Todos eles, além dos pacientes de outras localidades que utilizarem a Unimed Uberaba, serão beneficiados por esta melhoria”, destaca.
Segundo a diretora acadêmica da Fazu, Dionir Dias de Oliveira Andrade, a participação de professores e alunos da Fazu na criação, no desenvolvimento e na implantação do software promove o aperfeiçoamento técnico-profissional. Os universitários terão a oportunidade de participar de todo o processo, inclusive acompanhar a execução do sistema no mercado de trabalho.
Para a coordenadora do curso de Sistemas de Informação, Maria Lúcia Azevedo Botelho, a parceria com a Unimed coloca o mercado de trabalho dentro da Fazu e, com isso, agrega valor aos alunos. De acordo com ela, a cooperação vai dinamizar a Fábrica de Software, um projeto onde o aluno trabalha e produz para o mercado.
Maria Lúcia informa que os alunos de Sistemas de Informação da Fazu são disputadíssimos pelo mercado. A maioria está empregada e o restante está estagiando. “Sempre recebemos ligações de empresas solicitando a mão de obra dos estudantes. Sabemos que, quando eles se formarem, terão condições de atuar como gerentes, analistas de bancos de dados, de sistemas de produção, inclusive como programadores”, salienta.
Na opinião de Marco Túlio Barbosa, presidente da Fazu/Fundagri, estar junto com empresas e instituições fortes, como a Unimed, é o que faz o diferencial no ensino da Fazu: “O aluno sai na frente no mercado de trabalho, pois a sua atuação dentro das instituições parceiras permite a prática profissional antes mesmo dele se graduar”.
19 de fev. de 2009
A Nokia nos serviços de internet da Saúde
Qualquer solução nesta área poderá ser de grande valor desde que seja simples de implementar e compreender por parte do utilizador mas, também deverá fornecer valor acrescentado através dos princípios de convergência que unem o mundo mobile ou mundo da Internet.
A aplicação aqui apresentada por um destes investigadores deixou-me fascinado. Por um lado a simplicidade e beleza do interface aplicacional, por outro lado, a utilização da tecnologia mobile dentro do contexto e com total relevância para aquilo que se pretende implementar.
Neste serviço em particular, o utilizador pode fazer as suas corridinhas matinais de manutenção e, se levar o seu celular, ficará com um registo completo de tudo o que se passou. Desde um simples registo das pulsações que o coração atingiu, até gráficos que relacionam o desempenho cardíaco com a velocidade num determinado troço. Tudo isto, complementado com o sistema de GPS que desenha todo o percurso com grande detalhe num mapa.
Se pelo caminho tiramos fotografias, estas ficam automaticamente geo-referenciadas e integradas no mapa da aplicação disponível no celular ou no site da Nokia, onde o utilizador passará a ter uma área pessoal.
A criação de áreas pessoais automáticas nos servidores na Nokia, é uma forma tremendamente inteligente do fabricante começar a entrar no mundo dos serviços, como complemento ao actual modelo de negócios da venda de equipamentos às operadoras. Sem o utilizador de aperceber, passa a poder partilhar todos esses dados com outros utilizadores amigos e, desta forma, fica cada vez mais ligado à lógica de serviço do fabricante, esquecendo-se por momentos das aplicações globalizadas da internet.
Para os operadores, a pressão é também grande. Neste modelo de negócio, veem-se afastados dos lucros na camada dos serviços e são encarados como um mero meio de transporte. Tempos interessantes que se avizinham para a lógica de mercado mobile.
Abaixo o vídeo com a demonstração da aplicação referida.
Fonte Obvius Tecnologia
17 de fev. de 2009
UMPC - Ultra Mobile PC
UMPC é o Ultra-Mobile PC, um novo tipo de computador. Ele combina a potência do Windows XP a tecnologias móveis que facilitam o acesso e o uso de software em trânsito. Graças ao seu design de hardware compacto, leve e portátil, você será capaz de estabelecer conexões, comunicar-se e realizar qualquer tarefa em qualquer lugar e a qualquer momento, além de se divertir e manter-se informado onde quer que você vá.
O Ultra Mobile PC, abreviadamente UMPC, apresentou-se anos atrás como sendo a próxima geração de computadores móveis. É um intermediário entre o Tablet PC e o Pocket PC.Os Ultra Mobile PCs, normalmente, têm telas touchscreen com resoluções mínimas de 800X480 e rodam uma versão adaptada do Windows XP Tablet PC de forma a facilitar o seu uso. Trazem também incluso um software denominado Touch Pack Interface para tornar o uso da própria mão do indivíduo tão simplificado como o uso da pequena caneta digital incorporada para introduzir dados. Esse software disponibiliza também um teclado digital.
Fonte: Blog Area Local
Visão do futuro de um estilo de vida digital na Saúde
Esta visão de estilo de vida digital que conecta pacientes, médicos, empregadores, planos de saúde, farmácias e empresas farmacêuticas está baseado no ambiente de conhecimento ampliado em cuidados da saúde e ecossistema científico da Microsoft.
Seus pilares estratégicos: Ligue, Colabore e Informe.
É possível ver a integração entre superfícies touchscreen, autorização online e transferência de dados, e conceito UMPC.
DADOS MÉDICOS ESTÃO NA MIRA DA MICROSOFT
clique na imagem para vê-la ampliada
Banco de dados virtual com informações de saúde deve seguir critérios rigorosos de sigilo
Em Branco
Link: Alzheimers
10 de fev. de 2009
Registros médicos entram na era digital
Steve Lohr
Joseph Calderaro, 67, faz parte das histórias de sucesso silenciosas do sistema de saúde. Nos últimos quatro anos, ele conseguiu diminuir o açúcar no sangue, a pressão sangüínea e o colesterol com dieta, exercício e medicamento.
Para acompanhamento, Calderaro visita seu médico, freqüenta reuniões de pacientes com diabetes e sempre recebe ligações de um consultor de saúde. É um esforço de equipe, orquestrado pela clínica Marshfield. E revigorado pela tecnologia, começando pelo registro de paciente computadorizado de Calderaro - um documento continuamente atualizado que inclui seu histórico médico, remédios, testes de laboratório, orientações de tratamento e observações de médicos e enfermeiras.
Visitar a clínica Marshfield, há tempos inovando na tecnologia da informação para saúde, é ter um vislumbre do futuro da medicina digital. Na área das políticas de assistência médica nacionais existe amplo consenso de que transferir os registros de pacientes do papel para o computador, da forma que Marshfield e alguns outros sistemas de saúde já fazem, é essencial para melhorar a qualidade do atendimento e conter custos.
O registro no papel é um documento passivo e histórico. Já o registro médico eletrônico pode ser uma ferramenta vibrante que lembra e assessora médicos. Ele pode manter informações sobre consultas, tratamentos e condições, retornando anos, e até mesmo décadas. Pode ser acionado com um clique, ao invés de permanecer escondido num arquivo em algum lugar remoto, portanto inútil durante emergências médicas.
Os modernos sistemas computadorizados possuem links para informação online a respeito das melhores práticas, tratamentos, recomendações e de combinações nocivas de drogas. Os benefícios potenciais incluem menos testes desnecessários, redução de erros médicos, e melhores cuidados para que os pacientes necessitem menos de custosos tratamentos hospitalares.
A ampla adoção de registros médicos eletrônicos também pode fornecer mais evidências para a pesquisa médica. Cada registro de paciente é adicionado em tempo real a um banco de dados em constante crescimento de evidências sobre o que funciona ou não. O objetivo é aproveitar a informação da saúde de indivíduos e populações, compartilhá-la em redes, peneirá-la e analisá-la para tornar a prática da medicina mais uma ciência e menos uma perícia.
O governo Bush deixou a medicina digital principalmente nas mãos de grupos de interesse e do setor privado. Mas o presidente-eleito Barack Obama aparentemente planeja assumir um compromisso considerável quanto ao assunto. Durante a campanha, Obama prometeu gastar US$ 50 bilhões em cinco anos para disseminar a adoção dos registros médicos eletrônicos. E disse recentemente que um programa de governo para acelerar seu uso faria parte do pacote de estímulo econômico.
A clínica Marshfield, um grande grupo médico em Wisconsin, mostra que os registros médicos podem de fato melhorar a qualidade e eficiência da medicina. Porém, a experiência da clínica sugere que o registro se torna realmente útil apenas quando a informação do paciente é agregada e explorada para encontrar padrões e responder perguntas: quais tratamentos funcionam melhor para cada categoria particular de pacientes? Quais práticas médicas ou procedimentos cirúrgicos geram o melhor resultado?
A clínica Marshfield "entende que um sistema de melhorias possibilitadas pela tecnologia é o que realmente importa, e o registro médico eletrônico não é em si uma solução milagrosa," disse a doutora Carolyn M. Clancy, diretora da Agência Federal para Pesquisa e Qualidade na Saúde. "A armadilha para as políticas é pensar que instalar computadores e softwares nos consultórios vai, por si só, transformar o sistema de saúde."
Para o futuro presidente e seu governo, o desafio será ligar de alguma forma essas ilhas médicas eletrônicas a uma rede de informação que comece a realizar em escala nacional o que organizações médicas como Marshfield já alcançaram regionalmente. Então, idealmente, um médico solitário de uma comunidade rural poderia se conectar à rede de informações de saúde nacional e ficar tão bem informado a respeito de tratamentos e pesquisas para pacientes com certas condições quanto um especialista em Marshfield.
Alguns especialistas alertam que uma capacidade tão ampla de compartilhamento de registros poderia levar décadas para ser alcançada - se isso for mesmo possível no descentralizado e competitivo mercado médico americano.
A clínica Marshfield, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1916, tem uma longa história no uso de tecnologia da informação para promoção de pesquisas e melhorias de tratamento. Nos anos 1960, a clínica comprou a revolução digital da época - um computador central - e usava cartões perfurados para alimentá-la com informações sobre diagnósticos e procedimentos. Em 1985, a clínica introduziu seu primeiro registro médico eletrônico básico, que foi refinado e, em 1994, tornado obrigatório para todos os seus médicos. Em 2003, a clínica introduziu pranchetas eletrônicas sem fio, cuja tela podia ser usada como um papel digital, ou como um laptop convencional com auxílio de um teclado.
Hoje, todos os seus 790 médicos e equipes de apoio espalhados em 43 localidades de Wisconsin utilizam a prancheta digital. No final do ano passado, o grupo eliminou os prontuários de papel para os mais de 365 mil pacientes atendidos todos os anos, liberando um espaço de armazenamento do tamanho de um campo de futebol americano na clínica principal em Marshfield. Em cada passo rumo ao sistema completamente digital, os médicos foram consultados e envolvidos no processo.
"Foi uma jornada fabulosa, com médicos antes relutantes e que agora não conseguem viver sem essa tecnologia," observou o doutor Karl J. Ulrich, chefe-executivo da clínica.
Mashfield é um entre dezenas de grupos médicos do país que está abraçando agressivamente a tecnologia da informação. As organizações tendem a ser grandes - de instituições com milhares de médicos, como Kaiser Permanente e Department of Veterans Affairs, a outras com apenas centenas, como Mashfield e Geisinger Health Systems, no centro da Pensilvânia. Elas normalmente são responsáveis por todos os aspectos dos cuidados com o paciente. E geralmente também são companhias de seguro.
Tradução: Amy Traduções
The New York Times
Tecnomedicina - 2004
da Folha de S.Paulo, em 09/09/2004 - 08h36
Informação na saúde não é um Big Brother
Em uma comunidade de saúde em rede o princípio de respeitar o sigilo de seus participantes também é adotado. No caso do paciente, seu prontuário eletrônico é o único documento que pode ser acessado pelo médico na hora da consulta, quando o próprio paciente entrega seu cartão - como já é feito no Hospital de Samambaia (DF). Ou seja, a visualização completa das informações é feita unicamente por aquele profissional, uma vez que o paciente autorizou o acesso aos dados. Assim, percebemos que, apesar das informações trafegarem em um sistema de saúde informatizado e integrado com muitos participantes, elas estão protegidas por políticas de “privacidade da informação”, sendo acessíveis apenas quando necessário, por quem tiver autorização para tanto.
Isso impede, por exemplo, que um paciente com alguma doença grave tenha a sua condição exposta publicamente, assegurando que todos os registros contidos no prontuário eletrônico apareçam apenas na tela do computador do médico responsável. Claro que isso só é possível porque a tecnologia evoluiu e alguns softwares de gestão especializados neste segmento permitem essa aplicação, com nível máximo de segurança e disponibilidade, o que garante credibilidade ao sistema, mantendo intacta a confiabilidade da relação médico-paciente.
O tema é bastante polêmico. Tenho acompanhado especialistas e formadores de opinião que discutem esse assunto sob vários pontos de vista, cada um com razões e explicações a favor ou contra este novo modelo, que cada vez mais vem crescendo com sucesso no Brasil. Acima de tudo, fica claro que a tecnologia é fundamental na aplicação e uso do prontuário eletrônico dentro da comunidade de saúde em rede.
Defendemos um sistema integrado e abrangente através de uma rede informatizada, com os dados disponíveis apenas para profissionais de saúde, mediante a permissão do paciente. Para quem pode ajudar, não para os curiosos de plantão. A saúde da gente é coisa séria, não um Big Brother, certo?
1 de fev. de 2009
Medicina e tecnologia lado a lado
Medicina e tecnologia da informação criam novas profissões
Esse fenômeno não só cria novas profissões como exige a educação continuada dos profissionais da saúde, bem como abre frentes para especialistas de outras áreas que nunca imaginaram atuar neste campo.
Médicos tornam-se executivos, físicos trabalham em hospitais e engenheiros começam a estudar medicina. Em centros de pesquisa brasileiros de ponta há investimento em várias especializações. 'Temos profissionais bolsistas em doutorado em genômica (com enfoque em câncer), neurociência, e-medicine (monitoramento de doentes), terapia celular e pesquisas clínicas', comenta o geneticista Carlos Alberto Moreira, diretorsuperintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital Albert Einstein, ao comentar as áreas que ganham ênfase hoje e a necessidade que a instituição tem de atualizar seus profissionais. 'Há mais campo de trabalho em pesquisa de doenças vasculares, neurologia e oncologia (esse último principalmente em diagnóstico)', diz o executivo, que atua como pesquisador há 25 anos.
Ele comemora o fato de que ao longo da sua carreira presenciou vários avanços. 'Acompanhei de perto a grande explosão da biotecnologia e o advento da imagem'. Agora, além de reciclar os profissionais do Einstein, o IEP oferece hoje uma série de especializações para profissionais de saúde. Lá são ministrados 20 cursos de pós lato sensu, como medicina nuclear, patologia clínica, psicologia hospitalar.
Um dos principais entusiastas do casamento da medicina com a robótica é o coordenador geral da disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Chao Lung Wen. Ele explica que hoje ocorre uma convergência de profissões em prol da saúde. 'Os profissionais de tecnologia da informação e ciências da computação são importantes para viabilizar os portais de aquisição de informações e obtenção de segunda opinião médica', diz.
'Eles atuam na comunicação via videoconferência ou streaming (áudio mais vídeo em tempo real), no desenvolvimento de softwares acoplados a equipamentos de diagnóstico ou mesmo a robôs que auxiliam em cirurgias, desenvolvimento de ferramentas para educação de médicos e público geral.'
Também cita a criação de soluções para facilitar o tráfego, acesso e armazenamento de dados médicos (prontuários eletrônicos, redes digitais, bancos de dados).
O cirurgião cardiovascular Leonardo Esteves Lima, que trabalhou como cirurgião-assistente no Hospital La Pitié-Salpêtrière - o maior da capital francesa, para onde a princesa Diana foi encaminhada em estado quase terminal -, chega a fazer prognósticos. 'Em dez anos, 70% das cirurgias, todas elas, serão feitas com o auxílio da robótica.' Suas últimas empreitadas envolvem a bioengenharia, paixão de adolescente, que ele traduziu em meticulosos robôs, desenvolvidos por empresas americanas e testados por ele em cirurgias cardíacas, que se movem apenas pelo reconhecimento de voz.
A Siemens, assim como outras gigantes de tecnologia, vem investindo na produção de equipamentos eletromédicos. 'Uma das minhas tarefas é estudar as necessidades da comunidade cientifica local', observa. Ele também coordena treinamento de médicos em tecnologia. E ele faz um alerta aos médicos. 'Tenho procurado médicos para trabalhar na área de tecnologia. E isso é uma tendência mundial. No mundo inteiro ocorreu assim', diz Braga. 'Uma empresa de tecnologia não vive só de engenheiros.' Ele conta que também é preciso investir na formação de biotécnicos.
O professor Flávio Dantas, titular da cadeira de Ética da Universidade Federal de Uberlândia, lembra que, além dos avanços da telemedicina, é importante para o profissional que pretende trabalhar na área da saúde entender o quanto o Brasil mudou seu perfil em termos de saúde. 'Saímos do padrão de doenças transmissíveis para as degenerativas crônicas. Vamos precisar de médicos que saibam entender e cuidar bem do envelhecimento e isso inclui pesquisar agravos evitáveis, estímulo de bons hábitos', explica. 'Nunca houve tanto interesse dos jovens pela genética como hoje. Temos décadas de pesquisa pela frente, para estudarmos plantas e organismos', observa a bióloga Mayana Zatz. 'Será possível passar décadas inteiras estudando. Cada pesquisador poderá optar por um grupo de genes, doenças, plantas', diz ela, ao comentar o campo que surgiu após o seqüenciamento do genoma.
Seu trabalho de decodificação de genes atuantes em doenças neuromusculares - no Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP) - conquistou, em 2001, o prêmio concedido pela L´Oreal e Unesco para uma cientista de cada continente.
(O Estado de S.Paulo-14/03/05)