24 de fev. de 2009

Laptop com Ultrasom acoplado para médicos


A Siemens criou um laptop especial para médicos, pronto para fazer ultra-som de seus pacientes. O foco principal são os cardiologistas, já que o notebook vem com aplicações para uso cardio-vasculares e para uso em salas de cirurgia.
Batizado de Acuson 50, o laptop é perfeito para médicos porque além de ser portátil, também serve para suas atividades do dia-a-dia, como ler emails, navegar na internet e elaborar documentos.
Cynara Peixoto é autora do blog Mundo Tecno e escreveu o post Laptop para médicos.

HC testa nova tecnologia Sistema permite que médicos acessem informações de pacientes em palms, notebooks e telefones





DANIELLE CASTRO

Gazeta de Ribeirão



O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HC-RP) colocou em teste uma tecnologia que permitirá aos médicos e enfermeiros acessarem por celular, notebook ou palm o prontuário médico dos pacientes internados. O projeto é inédito e foi desenvolvido pelo Centro de Informações e Análise (CIA) do HC-RP em parceria com duas operadoras de celular e uma empresa de aplicativos.


Por enquanto, apenas médicos de uma enfermaria foram cadastrados. Se for viável, o sistema pode ser expandido já em abril. De acordo com o coordenador de informática do hospital, Wilson Moraes Góes, o software disponibiliza dado em texto, mas deverá ser ajustado para fornecer também sinais vitais, dados laboratoriais, laudos, comparativos de exames e prescrições anteriores. “Hoje, quando um médico vai consultar, tem que ir até um dos computadores das enfermarias, o que leva um determinado tempo. Se ele tiver um equipamento pessoal móvel, essas informações poderão ser acessadas junto ao leito do paciente, o que possibilita um desempenho mais rápido e seguro”, disse Góes. O coordenador disse que, por motivos de segurança, os prontuários só poderão ser acessados pela equipe médica e de dentro do hospital. “Isso preserva o paciente e o hospital, que é responsável por essa informação”, disse Góes.
Segundo o coordenador, o investimento não terá um custo alto e o desafio agora é configurar as informações pedidas para telas menores. “Tivemos um retorno dos médicos solicitando também exames em forma de gráfico e monitoramento dos pacientes, como pressão sanguínea, temperatura e freqüência cardíaca, pelo celular, para comparar diariamente”, declarou Góes.
Para Ajith Kumar Sankarankutty, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e um dos médicos participantes do teste, há um grande potencial. “Isso permite que consultemos os exames do paciente dentro do leito e com segurança”, disse.
SMS indica dose de insulina
O Hospital das Clínicas de São Paulo, na Capital, lançou em janeiro uma nova ferramenta para o controle de diabetes, chamada de GlicOnline. O programa informa ao paciente qual o tipo e quantidade de insulina recomendados para compensar a taxa de açúcar no sangue e funciona em celulares de qualquer operadora que tenham chip e linguagem Java. Para consultar, o usuário precisa medir a glicemia antes de se alimentar e digitá-la no aparelho. Depois, basta informar o tipo e a quantidade de comida a ser ingerida (há 600 alimentos cadastrados) e o programa envia a dosagem de insulina que será necessária, eliminando anotações e contagem de carboidratos a cada refeição. O sistema GlicOnline também pode ser acessado pela internet com o CPF do usuário em tratamento. Além disso, o médico pode acompanhar o paciente pelo computador com base na ficha no sistema. A precisão no combate ao diabetes evita problemas renais e lesões oculares e nos pés, entre outras.

21 de fev. de 2009

SISTEMA DE APOIO A DECISÃO MÉDICA (SADM)


O SADM é baseado em princípios de análises de decisões, que organiza e esclarece informações importantes quanto aos riscos e benefícios de cada tratamento possível, simplificando o processo de decisão para o paciente e para o médico. Mas, apesar desta ajuda, o paciente ainda precisa fazer a sua opção de tratamento e confiar no médico que o acompanha para que este possa explicar, com maiores detalhes, os riscos de cada procedimento. Este método de análise, que possui vantagens e desvantagens, está sendo cada vez mais usado para fornecer as opções mais simples dentro da enorme variedade de alternativas avaliadas.


A avaliação das condutas leva em consideração os prós e contras de cada tratamento possível e os resultados esperados. A recomendação de um tratamento é específico para cada indivíduo, levando em conta os fatores de risco e a preferência de resultados na opinião do paciente e é apresentado de forma simples, facilitando o entendimento pelo paciente.
O SADM tem como elemento básico um programa com os seguintes módulos:
- Perfil do paciente: contém os dados demográficos e os sintomas do paciente.
- Diagnósticos: calcula a probabilidade de possíveis diagnósticos, baseados na sintomatologia apresentada e em possíveis exames complementares.
- Avaliação das preferências dos pacientes: permite interação entre os riscos para o paciente e os resultados prioritários para o mesmo.
- Análises: usado para avaliar as alternativas de terapêutica, dando um gráfico como resultado final da pesquisa, que permite ao médico e ao paciente, a exploração dos resultados. Este módulo apresenta, para o paciente, escolhas simples para estabelecer os riscos e benefícios. Isso ajuda-o a entender, por exemplo, se o risco de uma dor é maior ou menor que o risco de uma cirurgia e seus possíveis resultados adversos, aumentando a compreensão e a vontade do paciente em aceitar certos riscos para melhorar a sua qualidade de vida.
O sucesso do SADM requer uma aproximação multidisciplinar, envolvendo cientistas, médicos e informática.
A Inteligência Artificial busca criar sistemas de computadores cujo comportamento seja igual ao dos humanos, não tendo o intuito de ser independente, mas de auxiliar o homem em vários aspectos.
A Inteligência Artificial em medicina (AIM) tem como objetivo prover ao profissional de saúde uma assistência a partir de manipulação de informações sobre dados e conhecimentos. Este sistema tem capacidade de aprender e lidar com as descobertas de um novo fenômeno por possuir subcampos para aprendizado que resultaram em técnicas com potencial de alterar o curso de um conhecimento, cruzando dados e formulando hipóteses.
Os tipos mais comuns de AIM são os sistemas baseados no conhecimento ou "expert systems", que contêm vários exemplos da atuação da AIM na realidade clínica. Eles contêm conhecimentos médicos e são capazes de lidar com dados de cada paciente para chegarem a conclusões racionais.
Há vários tipos de tarefas clínicas que um "expert system" pode aplicar:
- Geração de alertas e lembretes;
- Assistência diagnóstica;
- Crítica e planejamento terapêuticos;
- Agentes para recuperação de informação;
- Reconhecimento e interpretação de imagens.

Exemplos
1.AI pode estar em um sistema eletrônico de dados médicos e alertar quando detectar alguma contra-indicação no tratamento proposto ou quando perceber alterações nos dados que sugiram uma mudança significante nas condições do paciente:
- Sistema Attending, para anestesiologia.
- Sistema Oncocin, para quimioterapia.
2.Sistemas de diagnóstico e educação:
- "DX plain": auxilia o diagnóstico através da análise de achados clínicos como sinais, sintomas e dados laboratoriais e produz uma lista dos diagnósticos mais prováveis. Ele justifica cada diagnóstico diferencial e sugere investigações adicionais. O sistema contém 4500 manifestações clínicas, mais de 2000 doenças diferentes e é usado em grande número de hospitais e escolas médicas dos EUA.
- "HELP system": comporta não só aplicações de rotina de um sistema de informação hospitalar (admissões, demissões e ordem de entrada) bem como função de suporte à decisão (alertas e lembretes, interpretação de dados, facilidades diagnósticas, sugestões de manejamento dos pacientes e protocolos clínicos).
- Sistema de apoio à decisão em litíase e tuberculose (CIS-EPM-UNIFESP-Brasil).
3.Sistemas de informações laboratoriais:
- "PUFF system": interpretação automática de teste de função pulmonar.
- "Germ Watcher": policia infecções hospitalares, comparando critérios nacionais e locais.
- "PEIRS"(Pathology Expert Interpretative Reporting System): interpreta de 80 a 100 exames laboratoriais por dia, com uma acurácia diagnóstica de aproximadamente 95%.
4. Monitor cardíaco em UTI.
5. Medidor de gasometria arterial em UTI.




Os sistemas de apoio à decisão clínica (SAD) tiveram um momento de auge nos anos 70 com os primeiros experimentos utilizando técnicas bayesianas e encadeamento de regras. Os resultados não eram ruins, ao contrário, eram promissores. Mas os sistemas especialistas empacaram, continuaram apenas como objeto de estudo acadêmico, com alguns exemplos interessantes disponíveis publicamente na Internet, mas sem uso prático extensivo. Um dos motivos alegados para este fato foi o receio paralisante de que os produtores de software de apoio à decisão pudessem ser responsabilizados por ‘erros médicos’ provocados, mesmo que indiretamente, pelo uso, ou mau uso, dos sistemas. Com a tradição norte-americana de seguros e indenizações vultosas por erros médicos, os fornecedores de software julgaram arriscado assumir riscos nesse mercado. O assunto parecia esquecido, mas, nos últimos anos, o interesse pelos sistemas de apoio à decisão clínica está sendo retomado pelo caminho da integração com outras ferramentas de prontuário eletrônico e com maior abrangência.

Informática facilita vida de médico e pacientes

Cooperativa de Trabalho Médico Ltda. (Unimed Uberaba) e Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) firmaram parceria, esta semana, para dar mais agilidade e segurança aos atendimentos médicos.

O curso de Sistemas de Informação vai fabricar um software para o controle de prontuário eletrônico do paciente.

A partir do segundo semestre deste ano, o software vai registrar todas as informações relativas ao paciente. Ele ficará integrado ao Sistema de Gestão Integrada da Unimed, de acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina.
O software registra exames, evolução clínica, controles médicos, medicamentos administrados, laudos, fotos e imagens de vídeo. Quem informa é o coordenador de Tecnologia da Informação da Unimed e professor da Fazu, André Augusto Calabrez. Segundo ele, outra função do software é possibilitar que o paciente agende consultas e exames através da Internet. “Também emite relatórios estatísticos e de controle”, acrescenta.

O médico e diretor-presidente da Unimed Uberaba, Moacir de Melo Júnior, comenta que este é um projeto pioneiro. “Começamos a informatização dentro dos consultórios médicos. Agora, buscamos essa parceria com a Fazu para ampliar nossa tecnologia da informação interligando os dados do nosso sistema”.
Na opinião do médico, além de agilizar os procedimentos médicos, os pacientes terão mais segurança no atendimento: “Terei condições de disponibilizar todas as informações relevantes na ficha do paciente e qualquer outro médico da Unimed poderá ter acesso a essa ficha”. Ele informa, ainda, quais laboratórios e hospitais também poderão estar ligados ao sistema.

De acordo com o superintendente Hamilton Mendes dos Santos, a Unimed é o maior sistema de cooperativas do mundo, com mais de 100 mil médicos, 40 milhões de usuários, 367 unidades só no Brasil e cerca de 100 hospitais próprios.
“A Unimed Uberaba tem 85 mil usuários e cerca de 600 médicos. Todos eles, além dos pacientes de outras localidades que utilizarem a Unimed Uberaba, serão beneficiados por esta melhoria”, destaca.

Segundo a diretora acadêmica da Fazu, Dionir Dias de Oliveira Andrade, a participação de professores e alunos da Fazu na criação, no desenvolvimento e na implantação do software promove o aperfeiçoamento técnico-profissional. Os universitários terão a oportunidade de participar de todo o processo, inclusive acompanhar a execução do sistema no mercado de trabalho.
Para a coordenadora do curso de Sistemas de Informação, Maria Lúcia Azevedo Botelho, a parceria com a Unimed coloca o mercado de trabalho dentro da Fazu e, com isso, agrega valor aos alunos. De acordo com ela, a cooperação vai dinamizar a Fábrica de Software, um projeto onde o aluno trabalha e produz para o mercado.

Maria Lúcia informa que os alunos de Sistemas de Informação da Fazu são disputadíssimos pelo mercado. A maioria está empregada e o restante está estagiando. “Sempre recebemos ligações de empresas solicitando a mão de obra dos estudantes. Sabemos que, quando eles se formarem, terão condições de atuar como gerentes, analistas de bancos de dados, de sistemas de produção, inclusive como programadores”, salienta.
Na opinião de Marco Túlio Barbosa, presidente da Fazu/Fundagri, estar junto com empresas e instituições fortes, como a Unimed, é o que faz o diferencial no ensino da Fazu: “O aluno sai na frente no mercado de trabalho, pois a sua atuação dentro das instituições parceiras permite a prática profissional antes mesmo dele se graduar”.
Fonte: JMonline

19 de fev. de 2009

A Nokia nos serviços de internet da Saúde

Directamente dos laboratórios na Nokia, um grupo de investigadores efectua trabalho há já algum tempo na área dos cuidados de saúde, com especial enfoque nas funcionalidades das tecnologias móveis.
Qualquer solução nesta área poderá ser de grande valor desde que seja simples de implementar e compreender por parte do utilizador mas, também deverá fornecer valor acrescentado através dos princípios de convergência que unem o mundo mobile ou mundo da Internet.
A aplicação aqui apresentada por um destes investigadores deixou-me fascinado. Por um lado a simplicidade e beleza do interface aplicacional, por outro lado, a utilização da tecnologia mobile dentro do contexto e com total relevância para aquilo que se pretende implementar.
Neste serviço em particular, o utilizador pode fazer as suas corridinhas matinais de manutenção e, se levar o seu celular, ficará com um registo completo de tudo o que se passou. Desde um simples registo das pulsações que o coração atingiu, até gráficos que relacionam o desempenho cardíaco com a velocidade num determinado troço. Tudo isto, complementado com o sistema de GPS que desenha todo o percurso com grande detalhe num mapa.
Se pelo caminho tiramos fotografias, estas ficam automaticamente geo-referenciadas e integradas no mapa da aplicação disponível no celular ou no site da Nokia, onde o utilizador passará a ter uma área pessoal.
A criação de áreas pessoais automáticas nos servidores na Nokia, é uma forma tremendamente inteligente do fabricante começar a entrar no mundo dos serviços, como complemento ao actual modelo de negócios da venda de equipamentos às operadoras. Sem o utilizador de aperceber, passa a poder partilhar todos esses dados com outros utilizadores amigos e, desta forma, fica cada vez mais ligado à lógica de serviço do fabricante, esquecendo-se por momentos das aplicações globalizadas da internet.
Para os operadores, a pressão é também grande. Neste modelo de negócio, veem-se afastados dos lucros na camada dos serviços e são encarados como um mero meio de transporte. Tempos interessantes que se avizinham para a lógica de mercado mobile.
Abaixo o vídeo com a demonstração da aplicação referida.


Fonte Obvius Tecnologia

17 de fev. de 2009

UMPC - Ultra Mobile PC

UMPC é o Ultra-Mobile PC, um novo tipo de computador. Ele combina a potência do Windows XP a tecnologias móveis que facilitam o acesso e o uso de software em trânsito. Graças ao seu design de hardware compacto, leve e portátil, você será capaz de estabelecer conexões, comunicar-se e realizar qualquer tarefa em qualquer lugar e a qualquer momento, além de se divertir e manter-se informado onde quer que você vá.

O Ultra Mobile PC, abreviadamente UMPC, apresentou-se anos atrás como sendo a próxima geração de computadores móveis. É um intermediário entre o Tablet PC e o Pocket PC.Os Ultra Mobile PCs, normalmente, têm telas touchscreen com resoluções mínimas de 800X480 e rodam uma versão adaptada do Windows XP Tablet PC de forma a facilitar o seu uso. Trazem também incluso um software denominado Touch Pack Interface para tornar o uso da própria mão do indivíduo tão simplificado como o uso da pequena caneta digital incorporada para introduzir dados. Esse software disponibiliza também um teclado digital.
Fonte: Blog Area Local

Visão do futuro de um estilo de vida digital na Saúde

Esta visão de estilo de vida digital que conecta pacientes, médicos, empregadores, planos de saúde, farmácias e empresas farmacêuticas está baseado no ambiente de conhecimento ampliado em cuidados da saúde e ecossistema científico da Microsoft.

Seus pilares estratégicos: Ligue, Colabore e Informe.

É possível ver a integração entre superfícies touchscreen, autorização online e transferência de dados, e conceito UMPC.

DADOS MÉDICOS ESTÃO NA MIRA DA MICROSOFT


Entre em um consultório médico e você se deparará com um paradoxo da medicina moderna. Logo atrás da mesa da recepcionista estão todos os tipos de tecnologias de ponta da medicina: aparelhos de tomografia computadorizada, eletrocardiograma e de densitometria óssea. Ao chegar à mesa de recepção, contudo, parece que se volta no tempo. A recepcionista te entrega uma prancheta com formulários. Pela enésima vez, precisa se preenchê los, com seu nome, idade, alergias, histórico médico e coisas do tipo.

Apesar de todos os avanços criados pela tecnologia, os registros médicos continuam anacrônicos. Essa situação, porém, começa a mudar, com mais empresas concorrendo para trazer os históricos médicos para a era digital.

A WebMD Health e seguradoras como a Aetna, United HealthCare? e WellPoint? oferecem registros clínicos eletrônicos a seus clientes há anos. Mais recentemente, grandes empregadores, como Wal Mart e AT&T, se uniram para criar sistemas eletrônicos de registros médicos. O Revolution Health Group, liderado pelo antigo chefe da America Online Steve Case, tenta entrar no mercado, assim como o gigante de buscas na internet Google.

Agora, a Microsoft entra na briga. Na última semana, a fabricante de softwares lançou um serviço, baseado em uma ferramenta de busca, que ajuda pacientes a coordenarem partes dispersas de informações clínicas, desde resultados de laboratório e registros de prescrição de remédios até raios X e leituras da pressão sanguínea. Ciente de que os pacientes são avessos a colocar seus dados mais pessoais em um servidor potencialmente livre para olhos curiosos, a Microsoft promete que apenas os pacientes controlarão o acesso a suas informações médicas.

clique na imagem para vê-la ampliada


O receio com a privacidade não é o único obstáculo que a Microsoft pode encontrar pela frente. Os registros médicos dos pacientes são tão resistentes à tecnologia como o resfriado comum a uma cura. Os médicos com consultórios pequenos nem sempre são afeitos a investir em sistemas de computação, quando o retorno parece tão incerto. Poucos hospitais se importaram em criar sistemas que possam recuperar os dados dos pacientes.

O maior obstáculo, talvez, seja o fato de não haver nenhum incentivo econômico real para digitalizar os dados. Pagar os computadores que processarão e armazenarão os dados médicos, para não mencionar o treinamento dos funcionários que usarão esses sistemas, custa dinheiro. O retorno financeiro, na melhor das hipóteses, é incerto.


O clínico geral Robert A. Jenders, que trabalha na unidade de sistemas de informações médicas do Cedars Sinai Medical Center, em Los Angeles, diz que iniciativas como a da Microsoft são encorajadoras. No entanto, o volume de treinamento necessário para adotar os sistemas computadorizados pode não valer a pena para os médicos, habituados à falta de tempo. "Sua prática nos consultórios funciona muito bem do jeito que está agora", observa Jenders. "E tempo é dinheiro."

A Microsoft acredita que pode ter sucesso no que outros falharam. Mudou a equação econômica, de forma a que hospitais e médicos não precisem investir em novos equipamentos para usar o HealthVault?, como foi batizado seu serviço on line para armazenar as informações clínicas dos pacientes.

Fabricantes de softwares de registros médicos, como a Allscripts Healthcare Solutions, trabalharam com a Microsoft para que os médicos, usando os programas da Allscripts, possam facilmente enviar os arquivos à HealthVault pela internet. Quem não tiver os softwares pode transformar os registros em arquivos digitais por meio de um fax.

A Microsoft escolheu Peter Neupert para lançar e desenvolver o HealthVault. Veterano da empresa, ele arquitetou o acordo que criou a MSNBC em meados dos anos 90 e também lançou, posteriormente, a revista virtual "Slate". Neupert deixou a empresa em 1998 para criar, com sucesso, a Drugstore.com, onde ficou até 2004, antes de voltar à Microsoft. Agora, no comando da divisão Health Solutions Group, Neupert avalia que pode desenvolver operações com receitas de mais de US$ 1 bilhão no HealthVault, além de outro negócio de venda de software a hospitais.

A Microsoft espera ganhar dinheiro com o serviço gratuito para os pacientes graças a um serviço de busca na internet inserido na página da HealthVault. O serviço conecta os clientes a uma ferramenta criada pela Medstory, que a Microsoft comprou em fevereiro. Ao contrário dos serviços tradicionais de interesse geral, como o Google e Live.com, da própria Microsoft, a ferramenta da Medstory lista informações específicas sobre saúde, agrupadas em tópicos, como nutrição, medicação e estudos clínicos. Há espaço também para anúncios pagos. É aqui que a fabricante de software espera ganhar dinheiro.

Pesquisa recente da Harris Interactive revelou que 76% dos adultos com mais de 55 anos usam a internet para ajudar a diagnosticar suas condições de saúde. Essas buscas geram entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão em publicidade por ano, segundo estimativas da Microsoft. Neupert acredita que o mercado pode crescer para US$ 5 bilhões nos próximos cinco a sete anos. Caso a Microsoft consiga canalizar mais dessas buscas para sua ferramenta, poderia facilmente sustentar o negócio e, no processo, ganhar espaço do Google, que também planeja sua própria iniciativa para os registros médicos. O Google não dá detalhes, mas informa que os esforços foram adiados para 2008, pelo menos, depois da inesperada saída do engenheiro Adam Bosworth, que era da Microsoft e encabeçava o projeto.

Para fazer a HealthVault decolar, a Microsoft teria de persuadir as pessoas a aderirem. Os que teriam mais a ganhar seriam os pacientes com doenças crônicas. Alguns diabéticos, por exemplo, precisam monitorar o nível de glicose no sangue diariamente, com um instrumento conhecido como gleucômetro. Vários desses aparelhos podem ser conectados a um computador pessoal para que os usuários acompanhem as leituras. A Microsoft trabalhou com a Johnson & Johnson, uma das maiores fabricantes de gleucômetros, para permitir que os consumidores se conectem ao HealthVault.

Convencer os pacientes de que podem garantir privacidade para os dados, no entanto, não será fácil para a Microsoft. Deborah C. Peel, fundadora e presidente do grupo de defesa dos consumidores Patient Privacy Rights, acredita que os servidores da Microsoft terão a maior segurança possível. Isso porque, se houvesse vazamento dos dados, "arruinaria completamente" a reputação da Microsoft, afirma. "Seria como o (vazamento do petroleiro) Exxon Valdez."

A Microsoft está disposta a assumir o risco e aposta que colocar as informações nas mãos dos pacientes acabará rendendo dinheiro e melhorando a assistência médica. Para a empresa, o HealthVault é mais uma aposta numa idéia do que em um salto tecnológico. "Não é a vanguarda total", diz Glen E. Tullman, executivo chefe da Allscripts. "É a vanguarda mais importante."

(Colaboraram Arlene Weintraub, de Nova York, e Robert D. Hof, de San Mateo) - Jay Greene - Fonte: Valor Econômico

Banco de dados virtual com informações de saúde deve seguir critérios rigorosos de sigilo

Por Filipe Pacheco - 05/10/2007 -
Com o novo sistema de banco de dados criado pela Microsoft, o HealthVault, um único usuário poderá agregar em uma conta informações de saúde de toda a sua família. A plataforma reúne desde resultados de exames a históricos hospitalares e de medicação. A empresa garante que as informações - disponíveis a médicos, hopitais e entidades da área depois de autorizadas por usuários - serão "armazenadas em um banco de dados seguro e encriptado".
Com essa nova plataforma disponível para testes nos Estados Unidos, médicos, clínicas e hospitais poderão tornar disponível informações pessoais da saúde de pacientes pela Internet, como a prescrição de medicamentos e níveis de pressão sanguínea e colesterol.
A Microsoft disse que as informações serão tratadas com critérios de segurança adequados. Os dados fornecidos serão controlados pelo usuário, de acordo com a página oficial do serviço - incluindo quais são as informações serão incluídas no sistema e quem são aqueles que podem visualizá-las. Indíces sobre condições de saúde dos adeptos do Health Vault não serão utilizadas para fins comerciais, a não ser que o usuário concorde com isso, informa a Microsoft.
O Health Vault conta com a parceria de diversas empresas do ramo de seguro de saúde, entidades e centros de pesquisa da área e conglomerados hospitalares. Entre alguns dos que já aderiram ao sistema está a Associação Americana do Coração, a Johnson&Johnson e a MedStar Health - rede composta por sete hospitais da região de Washington e Baltimore.
Fonte: WNews

Em Branco


Uma campanha inovadora foi realizada na Nova Zelândia com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância de detectar os primeiros sintomas do Mal de Alzheimer: em diversas lojas de revelação fotográfica, os clientes recebiam suas fotos com outras dez em branco. A intenção era causar um pânico momentâneo até a última foto que dizia ‘A primeira coisa que você perde são suas memórias. Para mais informações, visite alzheimers.org.nz.’
Link: Alzheimers

10 de fev. de 2009

Registros médicos entram na era digital


Steve Lohr

Joseph Calderaro, 67, faz parte das histórias de sucesso silenciosas do sistema de saúde. Nos últimos quatro anos, ele conseguiu diminuir o açúcar no sangue, a pressão sangüínea e o colesterol com dieta, exercício e medicamento.

Para acompanhamento, Calderaro visita seu médico, freqüenta reuniões de pacientes com diabetes e sempre recebe ligações de um consultor de saúde. É um esforço de equipe, orquestrado pela clínica Marshfield. E revigorado pela tecnologia, começando pelo registro de paciente computadorizado de Calderaro - um documento continuamente atualizado que inclui seu histórico médico, remédios, testes de laboratório, orientações de tratamento e observações de médicos e enfermeiras.

Visitar a clínica Marshfield, há tempos inovando na tecnologia da informação para saúde, é ter um vislumbre do futuro da medicina digital. Na área das políticas de assistência médica nacionais existe amplo consenso de que transferir os registros de pacientes do papel para o computador, da forma que Marshfield e alguns outros sistemas de saúde já fazem, é essencial para melhorar a qualidade do atendimento e conter custos.

O registro no papel é um documento passivo e histórico. Já o registro médico eletrônico pode ser uma ferramenta vibrante que lembra e assessora médicos. Ele pode manter informações sobre consultas, tratamentos e condições, retornando anos, e até mesmo décadas. Pode ser acionado com um clique, ao invés de permanecer escondido num arquivo em algum lugar remoto, portanto inútil durante emergências médicas.

Os modernos sistemas computadorizados possuem links para informação online a respeito das melhores práticas, tratamentos, recomendações e de combinações nocivas de drogas. Os benefícios potenciais incluem menos testes desnecessários, redução de erros médicos, e melhores cuidados para que os pacientes necessitem menos de custosos tratamentos hospitalares.

A ampla adoção de registros médicos eletrônicos também pode fornecer mais evidências para a pesquisa médica. Cada registro de paciente é adicionado em tempo real a um banco de dados em constante crescimento de evidências sobre o que funciona ou não. O objetivo é aproveitar a informação da saúde de indivíduos e populações, compartilhá-la em redes, peneirá-la e analisá-la para tornar a prática da medicina mais uma ciência e menos uma perícia.

O governo Bush deixou a medicina digital principalmente nas mãos de grupos de interesse e do setor privado. Mas o presidente-eleito Barack Obama aparentemente planeja assumir um compromisso considerável quanto ao assunto. Durante a campanha, Obama prometeu gastar US$ 50 bilhões em cinco anos para disseminar a adoção dos registros médicos eletrônicos. E disse recentemente que um programa de governo para acelerar seu uso faria parte do pacote de estímulo econômico.

A clínica Marshfield, um grande grupo médico em Wisconsin, mostra que os registros médicos podem de fato melhorar a qualidade e eficiência da medicina. Porém, a experiência da clínica sugere que o registro se torna realmente útil apenas quando a informação do paciente é agregada e explorada para encontrar padrões e responder perguntas: quais tratamentos funcionam melhor para cada categoria particular de pacientes? Quais práticas médicas ou procedimentos cirúrgicos geram o melhor resultado?

A clínica Marshfield "entende que um sistema de melhorias possibilitadas pela tecnologia é o que realmente importa, e o registro médico eletrônico não é em si uma solução milagrosa," disse a doutora Carolyn M. Clancy, diretora da Agência Federal para Pesquisa e Qualidade na Saúde. "A armadilha para as políticas é pensar que instalar computadores e softwares nos consultórios vai, por si só, transformar o sistema de saúde."

Para o futuro presidente e seu governo, o desafio será ligar de alguma forma essas ilhas médicas eletrônicas a uma rede de informação que comece a realizar em escala nacional o que organizações médicas como Marshfield já alcançaram regionalmente. Então, idealmente, um médico solitário de uma comunidade rural poderia se conectar à rede de informações de saúde nacional e ficar tão bem informado a respeito de tratamentos e pesquisas para pacientes com certas condições quanto um especialista em Marshfield.

Alguns especialistas alertam que uma capacidade tão ampla de compartilhamento de registros poderia levar décadas para ser alcançada - se isso for mesmo possível no descentralizado e competitivo mercado médico americano.

A clínica Marshfield, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1916, tem uma longa história no uso de tecnologia da informação para promoção de pesquisas e melhorias de tratamento. Nos anos 1960, a clínica comprou a revolução digital da época - um computador central - e usava cartões perfurados para alimentá-la com informações sobre diagnósticos e procedimentos. Em 1985, a clínica introduziu seu primeiro registro médico eletrônico básico, que foi refinado e, em 1994, tornado obrigatório para todos os seus médicos. Em 2003, a clínica introduziu pranchetas eletrônicas sem fio, cuja tela podia ser usada como um papel digital, ou como um laptop convencional com auxílio de um teclado.

Hoje, todos os seus 790 médicos e equipes de apoio espalhados em 43 localidades de Wisconsin utilizam a prancheta digital. No final do ano passado, o grupo eliminou os prontuários de papel para os mais de 365 mil pacientes atendidos todos os anos, liberando um espaço de armazenamento do tamanho de um campo de futebol americano na clínica principal em Marshfield. Em cada passo rumo ao sistema completamente digital, os médicos foram consultados e envolvidos no processo.

"Foi uma jornada fabulosa, com médicos antes relutantes e que agora não conseguem viver sem essa tecnologia," observou o doutor Karl J. Ulrich, chefe-executivo da clínica.

Mashfield é um entre dezenas de grupos médicos do país que está abraçando agressivamente a tecnologia da informação. As organizações tendem a ser grandes - de instituições com milhares de médicos, como Kaiser Permanente e Department of Veterans Affairs, a outras com apenas centenas, como Mashfield e Geisinger Health Systems, no centro da Pensilvânia. Elas normalmente são responsáveis por todos os aspectos dos cuidados com o paciente. E geralmente também são companhias de seguro.

Tradução: Amy Traduções
The New York Times
Fonte: Terra eletrônicos em 30 de dezembro de 2008, 08h47

Tecnomedicina - 2004

Tecnomedicina ainda depende do homem

da Folha de S.Paulo, em 09/09/2004 - 08h36
"Logo que o médico acessa o prontuário eletrônico do paciente uma tela vermelha surge diante dele no computador e avisa: "a paciente não faz o papanicolau há seis meses, tem mais de 70 anos e alto risco familiar para desenvolvimento da doença". Organizar as informações do paciente em um banco de dados inteligente é o que de mais simples existe na chamada tecnomedicina.
Com o objetivo de auxiliar os médicos a estabelecer diagnósticos, os chamados sistemas de apoio à decisão médica são uma prova do quanto cada vez mais a medicina caminha para facilitar o uso da informação em benefício do paciente.
"Esses sistemas auxiliam o médico a cruzar e analisar informações científicas, casos clínicos, sinais e sintomas, protocolos e, assim, a tomar decisões mais acertadas", explica o biomédico Renato Sabbatini, diretor do Centro Internacional de Tecnologias, Informação e Saúde. Existem programas para ajudar a escolher o melhor antibiótico, recomendar essa ou aquela cirurgia e detectar doenças em um determinado órgão, entre outros.
Só que mesmo os mais crédulos na eficácia desses sistemas, como é o caso de Sabbatini, admitem que seu uso ainda é "um fracasso". Isso porque eles dependem de que o médico, ao fazer a consulta, inclua uma quantidade grande de informações sobre o paciente. "Seria preciso ficar pelo menos 40 minutos ouvindo o paciente para levantar todas as variantes de que o sistema precisa para raciocinar, além dos dados de exames."

Informação na saúde não é um Big Brother

Fazer parte de uma rede social na internet não significa que todas as informações ali presentes podem ser visualizadas pelo público em geral. Até no caso do LinkedIn, que é uma rede de relacionamentos aberta ao público, temos informações que são restringidas conforme o nível de permissão de quem as controla. Ou seja, existem perfis que deixam todos os dados escancarados para qualquer um. Outros, permitem que só os contatos visualizem o conteúdo ali disponibilizado. Como as redes sociais da internet espelham de alguma forma o nosso comportamento, é previsível que nelas sigamos também a cartilha da privacidade, de controlarmos o que vai ou não ser mostrado ao público.
Em uma comunidade de saúde em rede o princípio de respeitar o sigilo de seus participantes também é adotado. No caso do paciente, seu prontuário eletrônico é o único documento que pode ser acessado pelo médico na hora da consulta, quando o próprio paciente entrega seu cartão - como já é feito no Hospital de Samambaia (DF). Ou seja, a visualização completa das informações é feita unicamente por aquele profissional, uma vez que o paciente autorizou o acesso aos dados. Assim, percebemos que, apesar das informações trafegarem em um sistema de saúde informatizado e integrado com muitos participantes, elas estão protegidas por políticas de “privacidade da informação”, sendo acessíveis apenas quando necessário, por quem tiver autorização para tanto.
Isso impede, por exemplo, que um paciente com alguma doença grave tenha a sua condição exposta publicamente, assegurando que todos os registros contidos no prontuário eletrônico apareçam apenas na tela do computador do médico responsável. Claro que isso só é possível porque a tecnologia evoluiu e alguns softwares de gestão especializados neste segmento permitem essa aplicação, com nível máximo de segurança e disponibilidade, o que garante credibilidade ao sistema, mantendo intacta a confiabilidade da relação médico-paciente.
O tema é bastante polêmico. Tenho acompanhado especialistas e formadores de opinião que discutem esse assunto sob vários pontos de vista, cada um com razões e explicações a favor ou contra este novo modelo, que cada vez mais vem crescendo com sucesso no Brasil. Acima de tudo, fica claro que a tecnologia é fundamental na aplicação e uso do prontuário eletrônico dentro da comunidade de saúde em rede.
Defendemos um sistema integrado e abrangente através de uma rede informatizada, com os dados disponíveis apenas para profissionais de saúde, mediante a permissão do paciente. Para quem pode ajudar, não para os curiosos de plantão. A saúde da gente é coisa séria, não um Big Brother, certo?
Fonte: Carlos Eduardo Nogueira em Comunidade de Saúde em Rede

1 de fev. de 2009

Medicina e tecnologia lado a lado


Quando você chega ao pronto socorro e precisa de um diagnóstico imediato são necessários vários cuidados no procedimento médico, mas tudo isso também depende da infra-estrutura oferecida para o profissional de saúde. Ou seja, quanto mais ofertas de serviços de qualidade um médico tiver em suas mãos, melhor será o atendimento proporcionado aos pacientes.

Neste sentido, alguns hospitais estão adotando o PACS - Picture Archiving and Communication Systems, tecnologia que permite disponibilizar imagens médicas para os profissionais em salas de laudos ou até mesmo em suas casas, em substituição aos exames impressos em filmes tradicionais. Isso possibilita que, mesmo longe do hospital, o médico possa fazer um diagnóstico enquanto se locomove até o local.

Este novo sistema está sendo utilizado em laudos de ressonância magnética, tomografia, radiologia, ultra-som, mamografia, entre outros, e acelera a eficácia de diagnósticos, aumentando a produtividade. Mas como aplicá-lo no setor de saúde brasileiro?

Antes de qualquer coisa, os centros médicos precisam tomar consciência de que, em primeiro lugar, é necessário criar a infra-estrutura tecnológica, que servirá de base para qualquer equipamento. Não existe mais a possibilidade de conviver sem redes avançadas com alta disponibilidade e largura de banda. Afinal, elas são as responsáveis por suportar a transmissão de dados.Isso tem criado uma maior demanda por cabeamentos de última geração para dar suporte tecnológico. A CommScope identificou uma maior demanda, no setor, por soluções de categoria 6 e algumas de 6A, o que cria uma tendência futura de avanço nos serviços oferecidos pelos grandes centros médicos.

Além da evolução em agilidade e precisão de diagnósticos, o PACS também auxilia na realização de vídeo-conferência entre especialistas. Com esta possibilidade, é possível realizar reuniões com especialistas de diversos lugares do mundo para debater um caso específico, ou seja, o paciente não precisa ir até Nova Iorque para conseguir uma avaliação de um médico estrangeiro.

Em uma infra-estrutura de cabeamento de alto desempenho, outras aplicações de ponta, como tele-cirurgia ou cirurgia virtual, tornam-se viáveis sem a necessidade de caros sistemas de comunicação específicos. A possibilidade de explorar redes de alta velocidade tem levado à criação de novos ambientes, que permitirão ao usuário um “tele-mergulho” no ambiente remoto ou criar uma “telepresença” para o paciente. É a medicina dos “Jetsons” cada vez mais próxima da atualidade.

Carlos Morrison Fell é Diretor Técnico da CommScope Enterprise Solutions para América Latina e Caribe

Fonte: Baguete

Medicina e tecnologia da informação criam novas profissões

A medicina se une cada vez mais à tecnologia de ponta - robôs servem de assistentes de médicos, surgem sofisticados programas de diagnósticos por imagem, cirurgias e pacientes já são monitorados a distância.
Esse fenômeno não só cria novas profissões como exige a educação continuada dos profissionais da saúde, bem como abre frentes para especialistas de outras áreas que nunca imaginaram atuar neste campo.
Médicos tornam-se executivos, físicos trabalham em hospitais e engenheiros começam a estudar medicina. Em centros de pesquisa brasileiros de ponta há investimento em várias especializações. 'Temos profissionais bolsistas em doutorado em genômica (com enfoque em câncer), neurociência, e-medicine (monitoramento de doentes), terapia celular e pesquisas clínicas', comenta o geneticista Carlos Alberto Moreira, diretorsuperintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital Albert Einstein, ao comentar as áreas que ganham ênfase hoje e a necessidade que a instituição tem de atualizar seus profissionais. 'Há mais campo de trabalho em pesquisa de doenças vasculares, neurologia e oncologia (esse último principalmente em diagnóstico)', diz o executivo, que atua como pesquisador há 25 anos.
Ele comemora o fato de que ao longo da sua carreira presenciou vários avanços. 'Acompanhei de perto a grande explosão da biotecnologia e o advento da imagem'. Agora, além de reciclar os profissionais do Einstein, o IEP oferece hoje uma série de especializações para profissionais de saúde. Lá são ministrados 20 cursos de pós lato sensu, como medicina nuclear, patologia clínica, psicologia hospitalar.
Um dos principais entusiastas do casamento da medicina com a robótica é o coordenador geral da disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Chao Lung Wen. Ele explica que hoje ocorre uma convergência de profissões em prol da saúde. 'Os profissionais de tecnologia da informação e ciências da computação são importantes para viabilizar os portais de aquisição de informações e obtenção de segunda opinião médica', diz.
'Eles atuam na comunicação via videoconferência ou streaming (áudio mais vídeo em tempo real), no desenvolvimento de softwares acoplados a equipamentos de diagnóstico ou mesmo a robôs que auxiliam em cirurgias, desenvolvimento de ferramentas para educação de médicos e público geral.'
Também cita a criação de soluções para facilitar o tráfego, acesso e armazenamento de dados médicos (prontuários eletrônicos, redes digitais, bancos de dados).
O cirurgião cardiovascular Leonardo Esteves Lima, que trabalhou como cirurgião-assistente no Hospital La Pitié-Salpêtrière - o maior da capital francesa, para onde a princesa Diana foi encaminhada em estado quase terminal -, chega a fazer prognósticos. 'Em dez anos, 70% das cirurgias, todas elas, serão feitas com o auxílio da robótica.' Suas últimas empreitadas envolvem a bioengenharia, paixão de adolescente, que ele traduziu em meticulosos robôs, desenvolvidos por empresas americanas e testados por ele em cirurgias cardíacas, que se movem apenas pelo reconhecimento de voz.
'Tenho estudado muito a força da migração da tecnologia da informação para outros campos. Muita coisa coisa já saturou', afirma Roberto Braga, da Siemens. Engenheiro elétrico especializado em biotecnologia, ele diz que vem se dedicando ao estudo da área médica, principalmente da gestão em saúde.
A Siemens, assim como outras gigantes de tecnologia, vem investindo na produção de equipamentos eletromédicos. 'Uma das minhas tarefas é estudar as necessidades da comunidade cientifica local', observa. Ele também coordena treinamento de médicos em tecnologia. E ele faz um alerta aos médicos. 'Tenho procurado médicos para trabalhar na área de tecnologia. E isso é uma tendência mundial. No mundo inteiro ocorreu assim', diz Braga. 'Uma empresa de tecnologia não vive só de engenheiros.' Ele conta que também é preciso investir na formação de biotécnicos.
O professor Flávio Dantas, titular da cadeira de Ética da Universidade Federal de Uberlândia, lembra que, além dos avanços da telemedicina, é importante para o profissional que pretende trabalhar na área da saúde entender o quanto o Brasil mudou seu perfil em termos de saúde. 'Saímos do padrão de doenças transmissíveis para as degenerativas crônicas. Vamos precisar de médicos que saibam entender e cuidar bem do envelhecimento e isso inclui pesquisar agravos evitáveis, estímulo de bons hábitos', explica. 'Nunca houve tanto interesse dos jovens pela genética como hoje. Temos décadas de pesquisa pela frente, para estudarmos plantas e organismos', observa a bióloga Mayana Zatz. 'Será possível passar décadas inteiras estudando. Cada pesquisador poderá optar por um grupo de genes, doenças, plantas', diz ela, ao comentar o campo que surgiu após o seqüenciamento do genoma.
Seu trabalho de decodificação de genes atuantes em doenças neuromusculares - no Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP) - conquistou, em 2001, o prêmio concedido pela L´Oreal e Unesco para uma cientista de cada continente.

(O Estado de S.Paulo-14/03/05)