29 de ago. de 2017

O futuro do Prontuário Eletrônico!

Em uma aula sobre "Inteligência Artificial na Prática Clínica" que dei outro dia no NUTEDS -UFC, falo sobre a minha visão de prontuário eletrônico em um futuro próximo. Hoje vou escrever sobre isso aqui.

SISTEMAS DE APOIO A DECISÃO CLÍNICA

Os SADCs são sistemas que utilizam uma base de conhecimento aliada a algoritmos  e que utilizando dados clínicos  vão gerar recomendações específicas para o cada caso médico específico. Hoje já está disponível em muitos prontuários eletrônicos sistemas que por meio de protocolos e guidelines, ajudam na tomada de decisão do médico.
O que eu imagino que está por vir são sistemas que, baseados em em uma base de dados própria, associada a uma base de conhecimento, pudesse prever um desfecho para um paciente, em tempo real, e alertar o médico. 
Por exemplo, o profissional de saúde está atendendo um paciente e registrando o atendimento, e recebe um alerta de que os sintomas apresentados como hiporexia e náuseas, associado a sinais como bradicardia e mucosas desidratadas, pode ser devido a intoxicação pela Digoxina que o paciente usa, tendo como causa a desidratação e a função renal já registrada em outro atendimento.
Esse tipo preditivo de Análise de Dados, pelo que eu questiono a quem entende e estuda os algoritmos, é muito difícil de ser posto em prática, pois seria baseado em uma análise não supervisionada. Análise de dados supervisionada é aquela onde são informadas as variáveis a serem buscadas assim como o desfecho esperado. Na análise de dados não supervisionada, são fornecidas somente as variáveis e baseado nos dados e as relações entre eles, os desfechos relevantes são descobertos.

WEARABLES


O uso de dispositivos vestíveis para a saúde já é muito comum. Algum deles já oferecem a API  (Application Programming Interface - conjunto de rotinas que processa respostas seguindo padrões estabelecidos por um software ou web service) que os programadores usam para integrar esses dados a prontuários médicos, por exemplo (veja exemplos aqui). 
Eu penso que logo a integração dos dispositivos médicos ao registros eletrônicos será bem mais simples, bastando o paciente fornecer um código do seu Apple Watch ou Nike Fuelband, ou mesmo glicosímetros,  que seria inserido pelo médico no prontuários. Esses dados de saúde dos wearables seriam integrados em tempo real. Assim, curvas de PA ou glicemia estariam disponíveis nos prontuários eletrônicos a cada atendimento.


MÍDIAS SOCIAIS

Outra funcionalidade que vejo inserida em Prontuários eletrônicos são aos mídias sociais. O Twitter já é usado para análise de sentimento, detecção de epidemias. Algoritmos já detectam no Instagran sinais de depressão dos usuários com base em suas fotos postadas. Usando suas fotos postadas no Facebook, algoritmos descobrem quem o usuário ama, ou detecta sinais de inteligência usando sua foto de perfil.
Penso que pacientes autorizariam a vinculação de suas contas de mídias sociais  ao prontuário eletrônico, fornecendo dados de Big Data para detecção de informação clinicamente relevante para o médico.

Desenvolvedores de Sistemas de Registro de Saúde que pensarem essas funcionalidades para seus produtos sairão na frente. O problema é que é muito mais rentável para as empresas desenvolvedores as funcionalidades voltadas para os gestores. São muito poucas as que pensam funcionalidades  de análise de dados voltadas para quem atua na ponta, ou seja, o profissional de saúde.

24 de ago. de 2017

Como usar o Google Keep: lembretes, listas, notas de voz e texto, reconhecimento de texto em imagens...

Nem só de apps médicos vive o profissional de Saúde! Hoje vou falar de um dos meus aplicativos favoritos: o Google Keep. Além de usar o app diretamente. qualquer "coisa" que você quiser compartilhar com este botãozinho abaixo, poderá ser salvo no Google Keep.
Disponível para iOS, Android e também na internet, ele é indispensável.

FUNCIONALIDADES:
Google Keep: 1- criar nota digitada, 2- lista, 3- nota escrita a mão, 4- nota de voz  e convertida em texto, 5- imagem, 6- menu
1- CRIAR NOTA:

  • Clique em 1 para criar a nota de texto. 
  • Clicando em A: acrescente foto, imagem da galeria, desenho, gravação de voz que será convertida em texto digitado também, ou caixa de seleção (lista).
  • Clicando em B: mude a cor da nota, exclua, faça uma cópia, enviar (e-mail, Whatsapp, etc), adicione um colaborador (acrescente o e-mail de alguém que possa ver a nota ou editá-la), e use marcadores (Vou falar mais á frente sobre os marcadores).
  • Clicando em C: fixe a nota no topo.
  • Clicando em D: adicione um lembrete à nota. Pode ser de horário, com a possibilidade de se tornar recursivo em algum dia da semana, por exemplo. Mas pode também ser um lembrete geolocalizado: por exemplo, ao chegar em casa ou no trabalho, essa nota emitirá um aviso sonoro e lembrete na tela do celular.


  • Clicando em E: arquive a nota.

2- CRIAR LISTA:
Para criar uma lista, é só ir digitando, e a cada enter, um novo item é adicionado. As funcionalidades da lista são as mesmas da nota acima.

3- CRIAR NOTA ESCRITA:
Ao criar uma nota escrita a mão, é possível mudar a cor da escrita, a caneta, e a espessura. Outra funcionalidade de inteligência artificial é o reconhecimento da escrita. Clicando em A, selecione capturar texto da imagem.

4- CRIAR NOTA DE VOZ:
Com o mesmo recurso de reconhecimento de padrões da Inteligência Artificial (NLP Processamento de Linguagem Natural), algoritmos do Google transformam sua nota de voz em texto digitado, mas mantem o arquivo de voz na nota também.

5- CRIE UMA NOTA COM IMAGEM
Para criar uma nota com uma imagem, basta escolher entre a câmera e a galeria de imagens.
 Na imagem abaixo, mostro a funcionalidade de reconhecimento de texto em imagem em capturar texto da imagem, que ainda não é perfeito, mas é muito bom. Basta abrir a imagem e clicar nos 3 pontinhos ( em A como em CRIAR NOTA ESCRITA).

6- MENU
Aqui, vou explicar um pouco sobre os marcadores. É um recurso valioso para categorizar notas.  Se usar para salvar notas de pacientes, assuntos de estudo (como por exemplo cardiologia), sites, usando marcadores, eles ficaram separados em uma categoria específica, muito mias fácil de localizar.

App Google Keep
Gratuito
Android
iOS



Espero que tenham gostado do minitutorial de como usar o Google Keep. Se tiverem interesse em tutoriais de  um aplicativo específico, deixem nos comentários!

11 de ago. de 2017

Facegram: sistema de apoio à cirurgia plástica reconstrutiva

Os investigadores Paulo Aguiar do INEB (Instituto de Engenharia Biomédica) –, e do i3S ( Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto) e Ana Gerós do INEB, do i3S, e da FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do porto), responsáveis pelo projeto ,Facegram é proposto como um novo padrão e uma ferramenta universal para análise detalhada dos movimentos faciais no contexto da terapia, cirurgia e reabilitação do rosto. 

O sistema Facegram é apresentado como uma nova estratégia para compilar e visualizar dados morfométricos, incluindo um conjunto de medidas com utilidade clínica que podem ser facilmente interpretadas por um médico. Assim como um cardiograma ou um audiograma são ferramentas médicas cruciais para avaliar distúrbios cardíacos ou auditivos, o Facegram compila medidas quantitativas precisas e objetivas em relação a propriedades estáticas e dinâmicas faciais.

Paulo Aguiar  e Ana Gerós - Facegram

A aplicabilidade tanto no transplante de face, quanto na fisioterapia facial, ou na cirurgia de reconstrução facial de queimados são áreas em que o sistema promete melhorar os resultados das terapias. 


Gerós, A., Horta, R., & Aguiar, P. (2016). Facegram - Objective quantitative analysis in facial reconstructive surgery. Journal of Biomedical Informatics, 61, 1–9. http://doi.org/10.1016/j.jbi.2016.03.011

Ricardo Horta, Paulo Aguiar, Diana Monteiro, Alvaro Silva, José Manuel Amarante A facegram for spatial–temporal analysis of facial excursion: Applicability in the microsurgical reanimation of long-standing paralysis and pretransplantation Original Research Article
Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery, Volume 42, Issue 7, October 2014, Pages 1250-1259