O post Desabafo de um médico sobre o prontuário eletrônico, tanto na lista de discussão da SBIS quanto no facebook e aqui no blog, teve uma repercussão muito boa, com pontos de vista diferentes sobre o mesmo assunto (Faltam Profissionais de TI em Saúde).
Vou abordar hoje um resumo do que foi dito sobre as dificuldades de um bom sistema de prontuário eletrônico do paciente, do ponto de vista dos desenvolvedores.
- Falta de incentivo dos CEOs para aperfeiçoamento dos profissionais de TI na área de saúde.
"Consegui um mestrado de informática médica, mas precisava faltar às segundas-feiras pela manhã, a empresa não patrocinou esse que gostaria de se aperfeiçoar na área que a própria empresa era detentora de grande participação no mercado, com grande prestígio, e que contava até com profissionais que era professores na escola que eu iria." Marinilton Gottschall
- Faltam profissionais de saúde dispostos a atuar junto com programadores na elaboração e desenvolvimento de sistemas
"Os gerentes precisam adotar a visão progressista de que equipes multi-disciplinares são necessárias, se não indispensáveis. De outra forma, os sistemas de informação continuarão sendo inadequados, apesar do número de linhas de código..." Dra. Maria Lúcia de Azevedo Botelho
- A forma como as solicitações da saúde são apresentadas dificultam a elaboração das soluções por parte da TI.
"(...)homens da TI também sofrem com a forma com que as solicitações, demandas e projeto chegam às nossas mãos, por profissionais de segmentos não baseados em padrões, muitas vezes de ramos de humanas e biológicas (médicos, advogados e outros)." Marinilton Gottschall
- A Saúde é muito mais complexa que outras áreas
"1. A e-Saúde é uma área intrinsecamente multidisciplinar. É necessário um mix de conhecimentos, práticas, experiências e atitudes para entendê-la e trazer soluções adequadas para as suas necessidades;2. De uma forma geral, os potenciais clientes de serviços de TI em Saúde, acham que o tema é simples e que profissionais de TI, em geral, podem atender suas demandas. Tanto assim que alguns hospitais de primeira linha têm CIOs que literalmente desconhecem a área;3. São poucos os profissionais de TI em Saúde, hoje, que conseguem navegar com fluência nas áreas de atenção à Saúde, gestão de sistemas de saúde e gestão e/ou uso de tecnologia.4. O mercado brasiliero de saúde é muito fragmentado e diverso. São cerca de 7.000 hospitais, 1.000 operadoras de planos de saúde e 5.600 municipios, que pouco compartilham em termos de infraestrutura, sistemas e modelos de informação." Lincoln A Moura Jr
- Tempo necessário para desenvolver um bom sistema é longo, os custos são altos e gestores de TI em Saúde veem a área como um gasto necessário, e não como estratégia de negócio.
"Quando um analista de negócio chega para conversar com um cliente, ele vê um cliente que muitas vezes não tem a menor idéia de onde quer chegar. Alguns médicos querem uma interface "a sua cara", outros querem "que funcionem como meu celular". Esquecem que desenvolver regras, exige tempo, esforço, testes e custos. E querem tudo isto no menor valor possível. Não discordo que sistemas que usem melhores práticas, tecnologia e I.A. sejam desejáveis. Mas eu vejo a questão: quanto se quer e se pode pagar por isto? (...) Sistemas inteligentes realmente podem ajudar a reduzir e, em muitos casos, até a diminuir o tempo de internação. Mas quem vai pagar por uma equipe de analistas, arquitetos de software, e todos os profissionais que desenvolvem este tipo de tecnologia?" José Henriques Júnior
"Em relação aos prontuários eletrônicos, existem diversas opções no mercado, levando em conta a capacidade tecnológica envolvida nesse processo, é possível implementar soluçõespara manipular as informações de modo "inteligente", utilizar ontologias para rastreamento dedados, mas existem problemas que vão além disso, como o padrão de comunicação de dados que são diferentes para cada prontuário, e entre os hospitais, o amazenamento distinto e outro fator também é o custo para produzir algo nesse nível, quem está disposto a pagar o possível alto custo para desenvolver essa tecnologia?" Adriana Costa
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