10 de nov. de 2010

Como funciona o SUS? Parte 2: Níveis de Atenção ou "onde atende o quê"

Fonte: Procedimentos e Ações por Nível de Atenção
clique na imagem para ampliá-la

 Níveis de Atenção á Saúde no SUS

1-  Atenção Básica à Saúde: 

Promoção e a proteção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. São os Postos de Saúde.

A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização e estudos demonstram que a atenção básica seria capaz de resolver cerca de 80% das necessidades e problemas de saúde. Mas, na realidade o que vemos hoje é uma rede básica com baixíssima capacidade resolutiva, seja por problemas de infra-estrutura como também pela dificuldade dos profissionais médicos em exercerem a clínica com eficácia. Os serviços básicos tem em geral funcionado como pronto - atendimento, voltados para o cuidado sintomático, sendo portanto, grandes encaminhadores, sobrecarregando os serviços médicos especializados. 





2-  Atenção secundária á saúde: média complexidade

Compõe-se por ações e serviços que visam a atender aos principais problemas de saúde e agravos da população, cuja prática clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico. É o médico, seja do PSF, seja outro especialista, que dá o encaminhamento para marcação de uma especialidade.

Ambulatório SP
São os Centros de Consultas Especializadas, Ambulatórios de Especialidades, Centro de Especialidades Médicas, PAM's, etc, onde é possível encontrar os médicos especialistasO posto de saúde agenda as consultas especializadas, via central de marcação de consultas, ou via secretaria de saúde.
Vivemos hoje um grave estrangulamento no acesso aos serviços especializados/atenção secundária, com especialidades médicas com grande demora na marcação de consultas. Apesar disso alguns motivos podem ser evidenciados como baixa oferta de especialistas, grande absenteísmo, casos mal ancaminhados, falta de regulação de acesso às consultas, etc.



3- Alta complexidade: Atenção Hospitalar
Santa Casa de BH
Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde (atenção básica e de média complexidade). A alta complexidade tem como foco a atenção hospitalar que representa um conjunto de ações e serviços de promoção, prevenção e restabelecimento da saúde realizado em ambiente hospitalar. São exemplos de serviços de alta complexidade: traumato-ortopedia, cirurgias cardíacas e neurológicas, terapia renal substitutiva( hemodiálise) e oncologia.

O encaminhamento a esses serviços normalmente é feito via Central de Internação, proveniente de Unidades de Pronto-Atendimento, ou são eletivas por meio, por exemplo, de cirurgias programadas ou exames solicitados (ressonância magnética, etc).  Não adianta procurar diretamente um hospital para atendimento ou marcação de cirurgias, é preciso ir primeiro a um posto de saúde.



4-  Atenção nas Urgências:


a- As Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h 
São estruturas de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares, onde em conjunto com estas compõe uma rede organizada de Atenção às Urgências.
Fazem parte do atendimento pré-hospitalar fixo e hoje contam com a classificação de risco de Manchester. Isso significa que o seu caso será triado de acordo com a urgência e classificado em vermelho (emergência), amarelo (prioridade), verde (aguarda até 12 horas pra ser atendido) e azul (caso para posto de saúde). O tempo de espera do atendimento vai depender da gravidade do caso. Parece meio óbvio que um paciente baleado ou um com infarte seja atendido antes que um com febre e dor de garganta, mesmo que esse último esteja esperando há muito mais tempo. Mas normalmente a população não entende assim.

A estratégia de atendimento está diretamente relacionada ao trabalho do Serviço Móvel de Urgência – SAMU que organiza o fluxo de atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação.

b- SAMU
O SAMU realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas, contando com as Centrais de Regulação, profissionais e veículos de salvamento. Faz parte também do atendimento pré-hospitalar de urgência.
As Centrais de Regulação tem um papel primeiro e indispensável para o resultado positivo do atendimento, sendo o socorro feito após chamada gratuita, para o telefone 192. 
A ligação é atendida por técnicos na Central de Regulação que identificam a emergência e, imediatamente, transferem o telefonema para o médico regulador. Esse profissional faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações. 
Ao mesmo tempo, o médico regulador avalia qual o melhor procedimento para o paciente: orienta a pessoa a procurar um posto de saúde; designa uma ambulância de suporte básico de vida, com auxiliar de enfermagem e socorrista para o atendimento no local; ou, de acordo com a gravidade do caso, envia uma UTI móvel, com médico e enfermeiro. Com poder de autoridade sanitária, o médico regulador comunica a urgência ou emergência aos hospitais públicos e, dessa maneira, reserva leitos para que o atendimento de urgência tenha continuidade.
Portanto, se você precisa de um carro para ir ao médico, não ligue para o SAMU, peça um vizinho, amigo para que te leve. Assim você deixa tanto o telefone quanto as ambulâncias livres para atenderem a urgências.

Nenhum comentário:

Postar um comentário