Realizada pela primeira vez em 2013, a pesquisa TIC Saúde (CETIC.br*) mede o estágio de adoção das TIC (tecnologias de informação e comunicação) nos estabelecimentos de saúde brasileiros e sua apropriação pelos profissionais do setor. As entrevistas são realizadas presencialmente e por telefone, em estabelecimentos de saúde públicos e privados de todo o país e com profissionais do setor (médicos e enfermeiros). Foram realizadas entrevistas com 1484 médicos no período de Fevereiro a Agosto de 2013, em todo o território nacional.
A maioria absoluta, 99% dos médicos entrevistados tem computador em casa com acesso à internet. No trabalho, 60% tem acesso a computadores de mesa, 22% a laptops, notebooks e netbooks; 16% a tablets e 40% a celulares e 34% dos casos nenhum destes equipamentos está disponível. Computadores de mesa e os celulares são os equipamentos de escolha fornecidos pelos locais de trabalho.
Curiosamente, eu faço parte desses 34%, mesmo morando e trabalhando na região sudeste, na 6ª maior capital do país, Belo Horizonte. As UPAS de BH não tem sistema informatizado para os médicos e só recentemente, após pedido nosso (da cirurgia da nossa unidade), nos foi disponibilizado um computador de mesa para impressão de receituário. Em Contagem, a segunda maior cidade da RMBH, e o quarto maior PIB de Minas, não tem sistema informatizado e nem computadores no Iria Diniz, o Centro de Consultas Especializadas onde trabalho.
Tipo de equipamento disponível e acesso a internet |
Quando o equipamento está disponível, a grande maioria disponibiliza o acesso a internet como pode-se observar no gráfico inferior direto da imagem acima. Mas curiosamente, 8% dos tablets no ambiente de trabalho não tem acesso a internet, como os do programa Mais Médicos. Isso porque uma das características dos tablets é ter acesso à internet por wifi ou 3G/4G em todos os aparelhos, sendo uma função inerente ao dispositivo.
Acesso a rede interna intitucional e uso do computador no contato com o paciente. |
Dos 66% dos médicos que tem equipamento computacional disponível, 56% tem acesso a rede interna da instituição e 10%, não tem, como é o meu caso na PBH. Com relação ao tipo de equipamento onde é disponibilizado o acesso, 89% dos computadores de mesa contra 33% dos tablets e 22% dos celulares, o que eu pessoalmente acho que deva fazer parte da política de segurança, já que são dispositivos onde os dados de pacientes ainda não tem uma legislação pelo CFM/SBIS, como a que é feita para software de resgistro eletrônico em saúde. Temos um grupo fora da SBIS, onde discutimos as normas de certificação de apps de saúde e médicos, mas ainda não tem o aval da sociedade.
77% dos médicos usam o computador no contato diário com o paciente, o que ainda incita dúvidas de que se o equipamento está disponível, qual o motivo de 15% não usarem, como no gráfico inferior direito da figura acima evidencia. Posso inferir, e posteriormente farei um post dedicado a isso, que é a falta de treinamento que deixa esses profissionais à margem do uso da tecnologia.
Noss próximos posts abordarei a Infraestrutura de TIC e Gestão de TI, Registro Eletrônico em Saúde e troca de informações e Serviços oferecidos ao paciente e Telessaúde, assim como o impacto percebido pelos médicos no uso das TICs.
*Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) é o departamento do NIC.br responsável pela coordenação e publicação de pesquisas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil. Esses estudos são referência para a elaboração de políticas públicas que garantam o acesso da população às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), assim como para monitorar e avaliar o impacto socioeconômico das TICs.
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